Frame de vídeo que traz suposta imagem de Mohammed Merah, o assassino de Toulouse.
REUTERS/France 2 Television/Handout
O cerco ao matador de Toulouse é o assunto unânime nas capas
dos jornais franceses desta quinta-feira. A imprensa desvenda o perfil
de Mohamed Merah, o suspeito de ter cometido sete mortes em menos de 10
dias na cidade francesa. O homem de 23 anos teria se autoradicalizado em
ideologias extremistas do islamismo e se reivindica como membro da rede
terrorista da Al Qaeda. Os jornais tentam antecipar as consequências
que o caso terá na campanha para as eleições presidenciais francesas.
"Suposto assassino identificado, a campanha presidencial mexida", estampa o
Les Echos. "Mohamed Merah, 23 anos: itinerário de um matador", ocupa toda a primeira página do
Le Parisien, com uma grande foto em que o suspeito aparece sorridente. Também o
Le Figaro
destina toda a capa ao assunto, com a manchete "Mohamed Merah, 23 anos,
terrorista islâmico, 7 mortos". Além da foto do suspeito, o jornal
publica as imagens das sete vítimas do assassino, inclusive das três
crianças judias. Já o
Libération escolhe a manchete "Mohamed
Merah, o percurso do ódio", e prefere ilustrar a capa com uma imagem do
cerco policial ao imóvel onde o homem se mantém isolado.
Sob o ponto de vista eleitoral, os jornais também são unânimes a
afirmar que o presidente Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição, tenta
tirar ao máximo proveito da situação e se colocar como "o guardião da
República", conforme definição do
Les Echos. No editorial, o
diário afirma que é muito difícil para qualquer democracia afastar a
ameaça terrorista, portanto neste momento de campanha eleitoral, os
candidatos deveriam se concentrar em soluções para uma maior coesão
nacional, a única chance de reduzir o ódio que provoca as ações
extremistas.
Outra abordagem bem diferente apresenta o conservador
Le Figaro.
Em editorial de capa, o jornal afirma que "nenhum candidato tem o
direito negar a realidade", sobre "o mal que ronda a República
francesa". Atacando diretamente a esquerda por dizer que o governo
Sarkozy "fantasia" sobre o extremismo, o
Figaro diz que é preciso ser "intransigente" face à ameaça ao terrorismo, como defende o ministro do Interior, Claude Guéant.
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