segunda-feira, 26 de março de 2012

Moradores de Rua continuam nas ruas de Dom Eliseu

Andando pelas grandes cidades, por todo canto que olhamos, lá estão eles, os ‘Moradores de Rua’. Muitos passam, dão uma rápida ‘bisoiada’ e desviam o olhar.

É uma situação incômoda, difícil de conviver. Certa vez vi um filme (”À primeira vista“) onde um cego, por uma maravilha da medicina voltou à enxergar. Ele andava pelas ruas com a namorada, quando viu um morador-de-rua, perguntou a ela: “o que é isso?”; ao que ela respondeu: “nada”. Ele, inconformado, parou, viu que era um homem e exclamou assustado: “é um homem, um ser humano! Como você pode dizer que não é nada?!?!”.

CASA DE APOIO À MORADORES DE RUA
Não critico a namorada, geralmente estamos tão cauterizados com esse tipo de coisa (do mesmo modo como nos ‘acostumamos’ com pessoas morrendo em filas de hospitais), que acabamos por achando tal coisa comum, ‘ah, não é nada’.

Mas falemos um pouco sobre esta população.


Definições:

a) Lactu sensu: qualquer pessoa que, sem moradia, pernoitam nos logradouros da cidade, nos albergues ou qualquer outro lugar não destinado à habitação. Pode compreender, também, pessoas ou famílias que tendo perdido sua moradia por despejo encontram-se alojadas provisoriamente em abrigos públicos, privados ou morando em domicílios de terceiros. É possível incluir, ademais, as famílias residindo em habitações precárias de qualquer espécie. No Brasil, a definição ampla incluiria, assim, não apenas os albergados e a população que pernoita nas ruas mas, também, os moradores de cortiços e favelas, dada a precariedade de seus domicílios.

b) Strictu sensu: reduz os grupos a serem incluídos, mantendo apenas os albergados e as pessoas que pernoitam nas ruas das cidades, algumas vezes denominados de “núcleo duro” deste heterogêneo conjunto de condições de moradia. Essa a definição de população de rua utilizada no primeiro censo da cidade de São Paulo e na mais recente estimativa dos moradores de rua de Paris ( Marpsat, 1999);


Características:
a) geralmente não dispõem nem de domicílio nem local de trabalho conhecido;
b) procuram as áreas da cidade em que possam encontrar trabalho, alimentos, roupas e abrigo,
c) apenas parte dela utiliza algum tipo de serviço, público ou privado, como albergues, Casas de Convivência ou “sopões”. Pernoitam em praças, avenidas, ruelas , mocós, casarões abandonados, postos de gasolina, cemitérios, carrinhos de “catação” de papelão, sob pontes e viadutos, veículos abandonados e outras formas improvisadas de dormida.
d) não raramente, utilizam pensões com pagamento diário e, alguns, dormem esporadicamente em casas de parentes ou amigos.
e) vários trabalham à noite guardando carros, encartando jornais e em outros tantos “bicos” que a cidade oferece,
f) não necessariamente assumem uma aparência andrajosa podendo, portanto, ser confundidos com as pessoas que compõem o chamado estrato de baixa renda da cidade.

g) muitos utilizam as ruas em busca de anonimato, por problemas com a lei, por questões familiares ou por dificuldades econômicas.


Causas:
São muitas as causas apontadas para que uma pessoa fique reduzida à situação de ‘morador de rua’, entre elas:
a) desemprego

b) falta de estrutura familiar

c) problemas com a Justiça

d) vícios (drogas ilícitas e lícitas, como o álcool)

e) problemas mentais

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