quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Empresa de bombeiros instalou barras em porta de boate incendiada


Portal TerraDaniel Favero
A empresa Hydramix Prestação de Serviços, que tem em seu quadro societário dois bombeiros, foi a responsável por instalar as barras anti-pânico da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde mais de 230 pessoas morreram em um incêndio no domingo.
De acordo com o responsável técnico da empresa, Edio Nabinger, a companhia apenas instalou um dos equipamentos previstos pelo Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI), mas não elaborou o projeto.
"A Hydramix, o único serviço que ela realizou na Boate Kiss foi a instalação das barras anti-pânico, que foi vendida nova e instalada por nós há quase um ano atrás nas portas de saída internas. Nas externas foi outra empresa que fez o serviço. Não realizamos plano de prevenção, só executamos a parte técnica dos planos elaborados por um engenheiro", disse o representante da empresa.
Os proprietários são Jairo Bittencourt Silva, que é bombeiro da reserva, Roberto da Silveira e Souza, que é sargento do Corpo de Bombeiros, e Giuceliane Castro Dias, que é mulher de Roberto. O sargento diz que possui uma cota mínima da empresa, o que não gera conflito de interesses no negócio. "Sou cotista, presto assessoria, não sou sócio majoritário, tenho apenas uma participação bem pequena", disse Souza, completando: "não tenho nenhum tipo de influência", afirmou.
Nabinger diz que a empresa, no máximo, indica um engenheiro para elaborar o plano, mas afirma que, no caso da Kiss, eles não chegaram a fazer essa indicação. "Apenas instalamos equipamentos", disse. Esse projeto, segundo ele, teria sido executado pela empresa Marca Engenharia de Incêndio. A engenheira responsável pela empresa não foi encontrada. Segundo sua filha, ela está viajando e só poderia ser encontrada no domingo.
O responsável técnico da Hydramix afirma que orçou ainda para Kiss a iluminação de emergência e sinalização, que foram rejeitadas pela boate porque o equipamento indicado pela empresa era mais caro que o especificado no projeto, apesar de estar dentro das normas.
"Eu achei um pouco falho a parte de iluminação de emergência, achei que tinham que ser colocados faroletes centrais, porque estava em desacordo com a realidade, mas não estava fora das normas técnicas. Esses faroletes que cortam melhor a fumaça e iluminam a saída, com a fumaça, forma um jato de luz em direção à saída", disse Nabinger, informando que este equipamento é duas vezes mais caro.

Nenhum comentário:


Fornecido Por Cotação do Euro