segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Boa sorte ao que chega. Boa sorte ao que sai.



Hoje, 31 de dezembro, termina o ano de 2012 e também os oito anos em que Parauapebas ficou sob a gestão do petista Darci José Lermen.
Por desídia na função de administrador ou con­veniência na administração dos recursos, Darci deixa o cargo com rejeição popular acima dos setenta por cento. Uma das mais altas do Estado, perdendo apenas para Maurino Magalhães, em Marabá.
Consequência óbvia dessa alta rejeição, Darci, assim como todos os outros prefeitos de Parauapebas não conseguiu fazer seu sucessor após o segundo mandato. 
Vem ai uma nova gestão.  Eleita sob o apelo da mudança e com a insígnia “Mãos que Trabalham”, o prefeito eleito Valmir Mariano terá uma árdua tarefa pela frente: fazer de Parauapebas, um município que cresce anualmente dez vezes mais que a média nacional, um lugar melhor de se viver.
Teria sido o petista Darci um prefeito ruim?
Apesar dos números apontarem isso em relação ao sentimento da população, seremos levianos se não reconhecermos os avanços do município em alguns setores.
Na educação, no esporte e na cultura Parauapebas avançou muito. O município é detentor do maior IDEB do Pará; nossos atletas volta e meia trazem medalhas em torneios internacionais; o município sedia hoje um dos maiores e mais consagrados festivais de cinema do Brasil, o Curta Carajás.
Tais avanços não refletem nada quando se vê o caos em que se encontra a saúde local. Esses avanços não significam nada quando se analisa a precariedade de nosso sistema de abastecimento e distribuição de água. Tais avanços não conseguem tapar a vexatória cena que é ver esgoto a céu aberto correndo em nossas ruas. O que são esses pequenos avanços quando vê pessoas morrendo por causa das inundações em virtude de morarem em locais impróprios para a habitação?
Depois de assistir os governos de Faisal, Chico das Cortinas, Bel Mesquita e Darci Lermen, ao longo desses vinte e quatro anos de emancipação política, fico a me perguntar: será que é tão difícil governar um município financeiramente rico como Parauapebas? O que leva um gestor, com recursos públicos acima de R$3 milhões diários entrando nos cofres municipais, ser tão vexatoriamente  mal avaliado pelo eleitor?
Acredito que Valmir Mariano, até pela idade que tem, já deve ter feito esses mesmos questionamentos. A diferença entre esse Blogger e o prefeito eleito é que, a partir de  amanhã, ele terá a chance de fazer diferente, de corrigir os erros, de buscar melhoras, de praticar a mudança. 
Dele, o que se espera é que essas “mãos que trabalham” se mantenham limpas, que elas busquem preparar o município para o futuro, que busquem alternativas além mineração para nossos filhos, que sejam fortes nas tomadas de decisões e, acima de tudo mantenha a governabilidade sob sua batuta. Que essas mãos estejam ligadas a um pulso firme, que elas possam bater na mesa seguido de um “aqui quem manda sou eu” quando algum secretário, escudeiro ou colaborador estiver achando que pode tudo e que, porque esteve ao lado delas na campanha, pode mais que quem assina e foi eleito para governar.
Darci foi medíocre no trato com os partidos aliados e com seu secretariado, isso é notório. Seu governo foi marcado pela ausência e pela falta de pulso. Além da inércia nas ações prioritárias, Darci preferiu fazer um governo de obras faraônicas, nem sempre eficazes quando conseguiu concluí-las. O trato com o PT foi incrivelmente comprometido pela sua falta de compromisso. Prometia tudo, cumpria muito pouco ou quase nada. Isso trouxe-lhe um desgaste muito grande com a base petista local. Agradou a uns, desagradou a muitos.
Não sei se pela ausência ou pela falta de compromisso, Darci deixa o legado de ter feito vários milionários em sua gestão. Milionários que até ontem eram fiéis escudeiros e amigos inseparáveis. Amanhã, quando o ex-prefeito voltar a ser apenas um professor, esses amigos certamente não estarão mais juntos. Tenho comigo que Darci, apesar de aparentar ser desapegado das coisas materiais, sentirá muito a falta do poder. Sentirá imensamente a árdua tarefa de cumprir a palavra, já que não terá a caneta da PMP pra justificar ou ocultar suas falhas no tocante aos compromissos firmados.
Vai aqui um boa sorte para o prefeito que sai e para o que entra. Ao que sai a expressão é seguida de um sentimento de dó, de perda. Ao que entra o boa sorte é seguido de uma expressão de esperança e de desejo que tudo dê certo. À ambos, o boa sorte reflete à um pensamento que questiona o futuro: como estará Darci daqui a alguns anos; como estará Parauapebas daqui a quatro anos? 
Boa sorte Darci. Boa sorte Valmir. Boa sorte parauapebenses!  

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