quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Serra defende direito de opção sexual


Candidato do PSDB defende o direito de pessoa decidir a própria vida sexual 'com prazer e segurança' Diário de S. Paulo
Líderes evangélicos abriram voto no tucano José Serra por serem contra kit gay Bruno Poletti/ Diário SP Líderes evangélicos abriram voto no tucano José Serra por serem contra kit gay
“As pessoas têm o direito de viver a sexualidade com prazer e segurança. Isso inclui o direito de tomar decisões sobre a própria vida sexual, escolhendo se quer ou não ter relações sexuais e com quem.” O trecho de uma orientação pedagógica enviada a professores da rede estadual em 2009, durante o governo de José Serra, soa como uma contradição em meio à guerra verbal dos kits gays, que viraram tema central na campanha à Prefeitura.

Líderes evangélicos abriram voto no tucano José Serra, entre outras razões, por acusar o candidato petista e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, de ser o pai do kit gay que o governo Dilma desistiu de empregar nas escolas. Em um vídeo de aproximadamente 15 minutos em adesão à candidatura de Serra, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, lança críticas à cartilha concebida na gestão de Haddad. “Não defende família, não defende nada em relação a bullying, mas doutrina e ensina homossexualidade. Ainda diz que, se o cara for bissexual, tem 100% de uma melhor opção”, afirmou.

Ocorre que o pejorativamente chamado kit gay tucano descarta a possibilidade de um gay influenciar a orientação sexual de outra pessoa. “O homossexual não opta por ser homossexual, assim como o heterossexual não escolhe ser heterossexual, o mesmo acontecendo com os bissexuais. (...) Da mesma maneira, não se cura a homossexualidade em consultórios psiquiátricos ou cultos religiosos”, diz o documento (leia mais detalhes no quadro acima).
SERRA X HADDAD/ Para o candidato do PSDB, a cartilha denominada “Escola Contra a Homofobia”, produzida para o Ministério da Educação enquanto Haddad era ministro, “é uma história desastrosa”: “Custou R$ 800 mil  e a presidente Dilma tirou de circulação. Na verdade, em vez de orientação, doutrinava (a opção pela homossexualidade), entre outras coisas. Mostrava a vantagem de ser bissexual”, disse Serra. “Você acha que governo pode fazer isso? Evidentemente deu problema, a presidente Dilma suspendeu e agora ficou o prejuízo: R$ 800 mil. Eu não tenho nada a ver com isso, é um problema que fica exposto”.
Já Haddad, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que Serra  deveria conduzir “a campanha de maneira a elevar o nível do debate para que não haja intolerância e para que não haja violência, pois, a partir da desinformação, você produz efeitos nocivos à democracia e cria uma nuvem de insegurança nas pessoas, própria de quem quer promover esse tipo de preconceito. O papel dos candidatos deveria ser justamente informar para evitar que esse tipo de intolerância ocorra”. O comitê de campanha do candidato do PT também afirmou que o programa de governo de Haddad “lançado em 13 de agosto e disponível na internet contempla uma série de ações na área de diretos humanos, incluindo minorias, como é diretriz de todos os governos do Partido dos Trabalhadores”.
Na opinião do cientista político Eduardo Viveiros de Freitas, que também é professor da Universidade Estácio de Sá, a campanha dos candidatos deveria focar mais em apresentar soluções de problemas da capital. “Senão, você vai federalizar a campanha, que no segundo turno, em qualquer município do Brasil, é voltada para discutir exclusivamente os problemas da cidade.”

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