segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PM confunde estouro de pneu a atira em pessoa

PM diz que policial que atingiu rapaz confundiu estouro de pneu com tiro

Rafael Costa, de 17 anos, morreu após ser atingido por tiros no Rio.
Sargento foi encaminhado para Unidade Prisional da PM, em Benfica.
Fonte: G1  
Crédito: Valmir Miguez da Silva / Arquivo PessoalPM diz que policial que atingiu Rafael Costa, de 17 anos, confundiu estouro de pneu com tiro.
A Polícia Militar declarou em nota, na manhã desta segunda-feira (29), que o sargento Marcio Perez de Oliveira, de 36 anos, autor do disparo que atingiu e matou Rafael Costa, de 17 anos, em Cordovil, no subúrbio do Rio, confundiu o estouro do pneu do carro do estudante com um tiro.

O policial está há 11 anos na PM, teve as suas armas apreendidas e foi encaminhado para Unidade Prisional da PM, em Benfica, Zona Norte do Rio. Ele foi autuado por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

Em nota, a Polícia Civil informou que o policial foi preso em flagrante e assumiu o disparo do tiro em depoimento.Segundo policiais, o sargento disse que deu dois tiros e um atravessou o pescoço da vitima. O delegado da DH, Rivaldo Barbosa, que disse que não vai falar sobre o caso, ouviu 10 pessoas, sendo oito PMs, e recolheu as armas de todos.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, lamentou a morte do estudante, em nota. O comandante classificou o fato como “lamentável” e declarou que os policiais só devem atirar quando há segurança.

Parentes indignados

Parentes do jovem Rafael Costa disseram nesta manhã, no Instituto Médico-Legal (IML), que esperam que justiça seja feita e que os policiais militares suspeitos de atirar contra o carro do jovem sejam presos.
Rafael foi baleado e morreu por volta das 19h de domingo (28) dentro de um carro na Estrada Porto Velho, em Cordovil. Policiais militares são suspeitos de disparar contra o jovem, atingido com um tiro no pescoço. Ele estava com dois irmãos dentro do carro que nada sofreram.

Os policiais prestaram depoimento durante a madrugada, na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca. O Batalhão de Olaria ainda não divulgou os nomes dos militares.

Para o tio da vítima, Júlio César Thomaz, de 47 anos, disse que o sobrinho estava estudando para o vestibular. 

"Só tinha criança no carro. Eles viram as cabeças e abriram fogo. Eles destruíram a vida da minha irmã. Esses caras não são punidos, são exonerados. De que adianta deixar na rua? Para virar miliciano? Qual é a justiça disso?" questiona Júlio César.

Segundo o pai do rapaz, Valmir Miguez da Silva, os policiais queriam tirar o corpo de Rafael de dentro do carro e colocar no carro da polícia para descaracterizar o crime.

"Queriam tirar o menino do carro, foi a hora que cheguei e vi que o meu filho estava morto. O policial que atirou nele estava metendo o dedo no pescoco dele para tirar o projétil da bala. Eu não deixei fazer um negócio desse com o meu filho", afirmou Valmir, informando que o outro filho que estava no veículo disse que os policiais se comunicavam pelo rádio mandando o batalhão colocar a ocorrência como confronto.

A família, segundo Valmir, vai processar o estado. O pai do rapaz ainda ressaltou que os policiais foram irônicos com ele.

"Fui falar com o sargento que deu o tiro no meu filho e ele debochou, riu da minha cara", contou Valmir.
Sobre a personalidade do jovem, o pai diz que o filho era atleta, cuidava da saúde, não bebia nem refrigerante e era um ótimo aluno. Rafael estava no carro com dois irmãos mais velhos e dois amigos. Os rapazes iam passar na casa de umas meninas, quando a mãe de Rafael ligou e pediu que ele voltasse para casa com o carro.

Na volta, segundo o pai, o carro passou por um buraco, o pneu estourou e os policiais atiraram na direção do veículo por causa do barulho. A mãe de Rafael está em estado de choque. Apesar de o jovem ter cinco irmãos por parte de pai, ele era filho único de Rosana Thomaz.

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