sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Atentado em Beirute mata oito pessoas e deixa 80 feridos

MUNDO

Entre os mortos na explosão de um carro-bomba está um alto funcionário do serviço de inteligência libanês, Wissan al Hassan. Ataque no Líbano pode indicar que o conflito na Síria está se espalhando.
Uma grande explosão de um carro-bomba no centro de Beirute, em plena hora do rush nesta sexta-feira (19/10), matou pelo menos oito pessoas e deixou cerca de 80 feridas. Entre os mortos está Wissam al Hassan, alto funcionário do serviço de inteligência do governo do Líbano.
Hassan conduziu as investigações sobre a explosão de uma bomba recentemente, as quais levaram à prisão de um político libanês aliado ao presidente sírio, Bashar al Assad. Ele também foi o responsável pelas investigações sobre a morte do então primeiro-ministro libanês Rafik al Hariri, em 2005, levantando indícios sobre o envolvimento da Síria e do Hisbolá no atentado.
Segundo analistas, o ataque desta sexta-feira no Líbano revela um aumento das tensões entre facções que apoiam diferentes lados do conflito na vizinha Síria. A explosão aconteceu próximo à Praça Sassine, onde estão localizados muitas bancos, lojas, cafés e universidades. Na área também se encontra o escritório do partido Falange Cristã, contrário ao regime em Damasco.
Desde o início dos conflitos na Síria, em março do ano passado, o cenário político libanês está dividido entre apoiadores de Assad e aqueles que estão do lado dos rebeldes que tentam tirar o presidente do poder. Tensões entre sunitas, xiitas e cristãos, remanescentes da guerra civil, aumentaram após o início dos conflitos na Síria.
"A explosão mostra que o Líbano não pode estar em segurança e em paz no meio dessa situação fervilhante na vizinhança", avalia Nabil Boumonsef, colunista do jornal libanês An-Nahar.
Ataque em Beirute revela tensões entre grupos pró e contra o presidente da vizinha Síria, Bashar al Assad Ataque em Beirute revela tensões entre grupos favoráveis e contrários ao líder da vizinha Síria, Bashar al Assad
A Síria desempenhou um papel importante na política do Líbano. Durante a guerra civil libanesa (entre 1975-1990), os sírios entraram com várias tropas em Beirute e em outras partes do país em guerra, permanecendo no território até 2005.
Destruição e pânico
Logo após o ataque – que ocorreu em um horário de muito movimento nas ruas – a população começou a correr em pânico em busca de parentes e carregando os feridos até as ambulâncias. Dezenas de carros e prédios foram destruídos.
Em seguida, muçulmanos sunitas tomaram as ruas em várias cidades do país e queimaram pneus, em protesto contra a morte de Hassan.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, realizou um encontro emergencial com o Conselho Central de Segurança e decretou luto oficial neste sábado. Por meio de um comunicado, afirmou que os responsáveis pelo ataque serão identificados e punidos.
Em Damasco, o ministro sírio da Informação, Omran al Zoabie, também condenou o ataque. "Condenamos essa explosão terrorista e todas as explosões, onde quer que ocorram. Nada as justifica."
MSB/rtr/dpa
Revisão: Francis França

DW.DE

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