quinta-feira, 22 de março de 2012

Thor diz-se inocente 'convicto', e advogado culpa vítima por atropelamento


Segundo Celso Vilardi, que defende o filho de Eike Batista, atropelado estava 'no meio da via'

Jornal do BrasilCaio de Menezes
Após depoimento na 61ª DP (Xerém), na Baixada Fluminense, onde prestou esclarecimentos sobre o atropelamento que provocou a morte do ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, Thor de Oliveira Fuhrken Batista, filho do empresário Eike Batista, fez rápido pronunciamento sobre o episódio ocorrido na noite de sábado, no km 101 da Rodovia Washington Luiz, próximo à entrada de Xerém.
"Eu gostaria de fazer uma declaração à mídia sobre o ocorrido. Gostaria de dizer que lamento, lamento profundamente pela perda do Wanderson, eu respeito a dor da família, a perda de um ente querido é complicado. Mesmo convicto da minha inocência, eu confirmo aqui que vou prestar todo o auxílio que for necessário à família e no que for mais necessário".
Thor, filho de Eike, e seu advogado, Celso Vilardi, deixam a delegacia depois do primeiro deporO advogado Celso Vilardi, que defende Thor, garantiu que o herdeiro do homem mais rico do Brasil não teve culpa no ocorrido. Na versão do jurista, a vítima foi a responsável pelo atropelamento, já que seu cliente respeitou os limites de velocidade da rodovia.
"Ele prestou todos os esclarecimentos a respeito do acidente, contou detalhes do que aconteceu aquela noite", disse o advogado, que atuou na defesa de Marcelo Malvio Alves de Lima, empresário que dirigia um Porsche em alta velocidade e chocou-se com o Tucson da advogada Carolina Menezes Cintra Santos, que morreu, em São Paulo, no ano passado. "Existem elementos muito seguros dos autos, que mostram que esse acidente ocorreu porque Wanderson estava com a sua bicicleta no meio da pista. Já existem indícios mais do que seguros no inquérito, e, portanto, é um acidente inevitável. Nós lamentamos muito".
Thor, filho de Eike, e seu advogado, Celso Vilardi, deixam a delegacia depois do primeiro depor
O delegado Mário Roberto Arruda, titular da 61ª DP (Xerém), confirmou a notícia, antecipada pelo Jornal do Brasil, de que o veículo utilizado por Thor no momento do atropelamento havia passado por nova perícia, desta vez na última segunda-feira. De acordo o responsável pelo inquérito, o serviço dos peritos será requisitado por uma terceira vez.
"Algumas das dúvidas precisam ser esclarecidas", disse. "Tudo leva a crer que o atropelado estava no meio da pista, mas novas apurações precisam ser feitas. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli farão a análise de novo".
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Delegado ouve Thor e carona
Thor e o amigo chegaram em dois carros, por volta das 9h à sede da delegacia em Duque de Caxias, acompanhado de dois advogados e cinco seguranças. Eles passaram pela entrada lateral do prédio e seguiram direto para o depoimento. De acordo com a polícia, eles foram ouvidos separadamente pelo delegado titular da 61ª DP, Mário Roberto Arruda, que voltou nesta quarta-feira de férias.
O delegado afirmou que "não houve indiciamento" e que outras quatro testemunhas, além de Thor e o amigo, já foram ouvidas: dois agentes da PRF e dois motoristas que passaram pelo veículo conduzido por Thor na noite do acidente. A polícia também tenta identificar outra pessoa que teria passado no local no momento do acidente.
Segundo o titular da 61ª DP, se for comprovado que Thor conduzia o veículo acima da velocidade permitida, poderá ser indiciado por homicício culposo, com pena que varia de 2 a 4 anos de prisão.
Além de advogados e seguranças, três assessores do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, acompanharam os trabalhos na delegacia.
Testemunha
O comissário Humberto Souza, que chefia as investigações na 61ª DP, revelou que um estudante de medicina, que não teve a identidade revelada, prestou depoimento e disse ter passado pelo corpo de Wanderson após o atropelamento. Segundo seu relato, o carro de Thor estava a cerca de 100 m de distância.
"Você viu que matou um homem ali atrás?", disse o estudante de Medicina a Thor ao passar por ele. Como resposta, de acordo com a testemunha, Thor disse: "Ele atravessou na minha frente".
O advogado de defesa confirmou a ocorrência de uma ultrapassagem antes do atropelamento, e garantiu que ela não teve ligação com o acidente.
"Numa estrada escura, a 110 km por hora, o acidente é inevitável quando alguém cruza na sua frente", disse ele, voltando a insinuar que a vítima cruzou a frente do veículo.

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