segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ídolo corintiano, estrela na Copa de 82

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Do UOL Esporte
Sócrates reinventou o toque com o calcanhar, jogada característica do meio-campista que encantou o mundo juntamente com a seleção brasileira  na Copa de 1982. Politizado, o ex-jogador foi um dos mentores da Democracia Corintiana, movimento que dava poderes aos jogadores do clube nas determinações da diretoria. Vítima de uma infecção generalizada que o levou à terceira internação em quatro meses, o 'Doutor' morreu aos 57 anos na madrugada deste domingo, em São Paulo.

Ele, no entanto, deixa um legado inestimável ao futebol. Sócrates misturava técnica no trato com a bola e postura incisiva diante de decisões extracampo. Embora tenha se dedicado à medicina após largar os campos, o ídolo corintiano não venceu a batalha contra o alcoolismo. três meses antes de falecer, o ex-jogador havia parado de ingerir bebida alcoólica, apesar de seguir fumando.
Confira mais um pouco sobre o "Doutor Sócrates Brasileiro":

BOTAFOGO-SP, CORINTHIANS, SELEÇÃO...VEJA A BIOGRAFIA DE SÓCRATES

BOTAFOGO-SP

O paraense Sócrates Brasileiro iniciou a carreira no clube de Ribeirão Preto, que defendeu entre 1974 e 1978. Em 1977, fez parte do melhor time da história do Botinha, venceu o primeiro turno do Campeonato Paulista e foi o artilheiro da competição.
REFORÇO CORINTIANO

Em 1978, o São Paulo tinha praticamente acertado a contratação da revelação do Botafogo-SP. Mas o folclórico presidente corintiano Vicente Matheus mandou um representante se reunir com os são-paulinos, fingindo interesse no volante Chicão. Enquanto isso, Matheus foi para Ribeirão e voltou com Sócrates.
SELEÇÃO

Não foi campeão do mundo, mas entrou para história atuando na Copa de 1982 numa das seleções mais fantásticas de todos os tempos, ao lado de craques como Zico, Falcão e Júnior. Quatro anos mais tarde, perdeu um pênalti na disputa com a França, que eliminou o Brasil no México.
CONQUISTAS

Além do Mundial, faltou em seu currículo um título brasileiro, que o Corinthians perseguia. Com o clube faturou o bicampeonato paulista em cima do São Paulo (1982 e 1982). Antes, em 1979, conquistou seu primeiro estadual, também com o alvinegro. Pelo Flamengo, foi campeão carioca em 1986.
CALCANHAR

Aprendeu a usar o toque de calcanhar para compensar a lentidão nos tempos de futebol de salão. A jogada virou sua marca registrada. Ainda pelo Botafogo, usou o calcanhar para fazer um gol de placa no Santos.
BEBIDA

No auge da Democracia Corintiana, Sócrates tomava cerveja no Parque São Jorge ainda com a roupa de treino. “Os dirigentes não tinham coragem de reclamar”, contava. Sempre defendeu que a bebida não atrapalhava o desempenho. “Futebol não é como o tênis, você tem mais dez pra correr por você”
ELE COMO TREINADOR

Nos anos 90, o Doutor se arriscou como técnico do Botafogo-SP. A curta passagem foi marcada pelo estilo de se comunicar com os jogadores só por gestos durante as partidas. Trabalhou também na LDU, mas rescindiu o contrato reclamando de falta de profissionalismo dos jogadores. Em 1999, treinou o Cabofriense. A carreira nunca decolou.
MÚSICA

Sem o mesmo talento demonstrado nos gramados, Magrão tentou levar a música a sério após se aposentar. Fez uma parceria com um guarda rodoviário para compor e cantar. A idéia era se apresentar em casas noturnas de Ribeirão Preto.
TIME DO CORAÇÃO

Até chegar ao Corinthians, torcia pelo Santos. A identificação com o time do Parque São Jorge, porém, fez Sócrates virar casaca. Dizia ser impossível jogar pelo Corinthians e não virar torcedor do clube por causa da Fiel.
DEMOCRACIA

Movimento liderado por Sócrates, Vladimir e Casagrande entre 1981 e 1985. Todas as decisões do clube vinham pelo voto. O movimento tinha um viés político e graças ao publicitário Washington Olivetto foi divulgado no País inteiro. Em 84, Sócrates foi para a Itália e Casagrande, para o São Paulo. Era o fim da DC. Sócrates pregava o fim da concentração dos jogadores. Sempre gostou de futebol refinado, bebida alcoólica, cigarro e violão.
MEDICINA

Nos tempos de juvenil do Botafogo, levava os estudos na USP de Ribeirão Preto mais a sério do que o futebol. Depois de encerrar a carreira de jogador, dedicou-se pouco à medicina. Chegou a fundar a Mesc (Medicine Sócrates Center), especializada em medicina esportiva, mas a experiência não foi muito longe.
CASAGRANDE

Parceiro de Sócrates no Corinthians. Era um dos jogadores mais politizados do clube, ao lado de Vladimir. Em momentos dramáticos, os dois também dividem certa cumplicidade. Quando foi internado no Einstein, na última semana de agosto, Sócrates comentou os sintomas da cirrose hepática e do tratamento, lembrando das viagens que Casagrande sofria, quando também tinha crises de dependência química.

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