AÉCIO, MARINA E CAMPOS INVESTEM EM REDES SOCIAIS.
Pré-candidatos buscam análise de especialistas e pesquisas sobre ativistas.
Os protestos iniciados em junho levaram o PSDB a adiar o giro que o
presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), faria pelo país. O
partido cancelou agendas em São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Paraíba
e Pernambuco, onde o tucano participaria da festa de São João de
Caruaru, na companhia do governador Eduardo Campos (PSB).
Aécio tem conversado frequentemente com os economistas Armínio Fraga e
Edmar Bacha; e na última segunda-feira, em encontro na capital paulista,
foi aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a aumentar
a inserção do partido nas redes sociais. A proposta, que será discutida
amanhã em reunião da Executiva Nacional do PSDB, é inserir as alas
jovem, sindical e feminina da sigla nessas redes, na tentativa de
arregimentar militantes virtuais.
— O Brasil é outro depois dessas manifestações, que paralisaram a
campanha eleitoral antecipada. O placar foi zerado, o cenário político
mudou e ninguém sabe qual será o resultado. O conselho nesse nevoeiro é
pôr a barba de molho e levar o barco devagar — avaliou o presidente do
PSDB mineiro, Marcus Pestana.
Conversas com ativistas
Na mesma linha, Eduardo Campos diminuiu o ritmo de viagens e, devido aos
protestos, adiou em junho a viagem que faria a Bahrein, no Golfo
Pérsico. Tem conversado com os prefeitos do Rio de Janeiro e de São
Paulo, onde os protestos começaram. Também vem recebendo pesquisas
recentes sobre o perfil dos manifestantes e suas demandas.
Na tentativa de entender as manifestações, tem lido o novo livro do
filósofo Marcos Nobre, “Choque de democracia — Razões da revolta”, sobre
os recentes protestos. E ainda contratou como assessor Silvio Meira,
especialista em mídias sociais, que tem produzido relatórios sobre o
papel das redes sociais nos protestos.
A maior beneficiada pela onda de protestos, segundo as pesquisas de
intenção de voto, Marina Silva, que estrutura seu partido, a Rede, tem
conversado com ativistas das redes sociais, muitos dos quais militaram
em sua campanha. E tem analisado os protestos com o filósofo Renato
Janine, o antropólogo Luiz Eduardo Soares e o economista Paulo Sandroni,
entusiasta da proposta de Tarifa Zero, defendida pelo Movimento do
Passe Livre.
— É necessário, com esses protestos, iniciar uma discussão de como
aprofundar a democracia direta — disse o coordenador-executivo da Rede,
Bazileu Margarido.
Fonte: O Globo
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