sexta-feira, 26 de julho de 2013

Máfia sofre novos golpes no Sul da Itália e no Nordeste do Brasil


Por Redação, com agências internacionais - de Roma e João Pessoa

Mafioso faz o sinal de positivo para os fotógrafos, em recente operação policial no Sul da ItáliaMafioso faz o sinal de positivo para os fotógrafos, em recente operação policial no Sul da Itália
Uma famiglia (como se autodenominam as organizações mafiosas) do sul da Itália fazia milhões de dólares por ano em acidentes de trânsito encenados para receber indenizações de seguros, disse a polícia do país, nesta sexta-feira. A fraude é apenas uma das acusações imputadas a 70 pessoas detidas em ações policiais no começo da manhã de sexta-feira em Lamezia Terme, na Calábria, sul do país.
– O golpe do seguro permitia que o chefe gerenciasse seu clã, para comprar armas e drogas, e para pagar seus homens – disse à agência inglesa de notícias Reuters o policial Rodolfo Ruperti, chefe do esquadrão responsável pela investigação.
Corretores de seguros, médicos, advogados e funileiros recebiam pagamentos regulares como cúmplices das fraudes, que rendiam à quadrilha bem mais de 1 milhão de euros (US$ 1,3 milhão) por ano, segundo Ruperti. A polícia apreendeu bens avaliados em 1,2 milhão de euros. A seguradora fraudada era uma filial local do Zurich Insurance Group, que operava de forma independente. A matriz suíça disse que não se pronunciaria.
A polícia diz que o chefe do grupo, Giuseppe Giampa, de 32 anos, também extorquia empresários locais e vendeu os votos do clã ao candidato que pagou mais na eleição municipal de 2010. As investigações avançaram porque Giampa se tornou informante, algo muito mais raro na brutal e fechada máfia calabresa, a ‘Ndrangheta, do que nas organizações criminosas da Sicília e de Nápoles. As autoridades não explicaram por que ele resolveu colaborar.
Um senador calabrês do partido centro-direista Povo da Liberdade está sendo investigado em Roma por suspeita de compra de votos, segundo a polícia. Outro político do PDL, vice-presidente de uma empresa local de gestão aeroportuária, foi detido, junto com guardas de uma prisão acusados de estarem na folha de pagamento dos mafiosos.
Vários empresários, incluindo um fabricante de fogos de artifício acusado de entregar explosivos ao grupo, também foram presos.
Giampa é suspeito de ordenar cerca de 20 homicídios numa disputa pelo controle da cidade, entre 2005 e 2011. Entre os detidos na sexta-feira estavam pistoleiros acusados de envolvimento em 11 mortes, segundo Ruperti.
Tentáculos no Brasil
As atividades da máfia italiana também são alvo da Polícia Federal, no Estado da Paraíba. Policiais cumpriram, na semana passada uma série de mandados de busca e apreensão e sequestro de bens de um italiano que morava em João Pessoa. O delegado do caso, Fabiano Emídio, responsável pelos crimes de financeiros, disse que este esquema fraudulento de lavagem de dinheiro internacional possa estar servindo às famiglias, entre elas a que foi desbaratada nesta sexta-feira, na Calábria.
– Temos indícios fortes através da Interpol que o italiano investigado tem várias condenações na Itália. Além disso, uma empresa na Itália pertencente aos amigos do acusado, enviou grande quantidade de dinheiro a Paraíba, sem qualquer contra partida – disse Fabiano Emídio a jornalistas.
O delegado de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, Fabiano Emídio, também informou que, com a colaboração da Interpol, estão sendo feitas investigações sobre o paradeiro desse italiano. Há indícios de que o acusado ainda esteja no Brasil.
– Em princípio, o italiano não será preso, porque o mandado é apenas de busca e apreensão, mas na segunda etapa quando a Justiça expedir o mandado de prisão, vamos pegá-lo. O importante é que o esquema foi descapitalizado na Paraíba – disse o delegado.
Além de busca e apreensão, também foram cumpridos sequestro de bens no valor de R$ 10 milhões entre bens móveis e imóveis. Quatro milhões foram distribuídos entre fazendas e residências no interior do Estado e os outros R$ 6 milhões em apólices de seguro. A Polícia Federal cumpre mandados, expedidos pela Justiça Federal paraibana, em quatro estados. Além da Paraíba, são alvos dessas ações Mato Grosso do Sul, Brasília e Rio de Janeiro. Nesses estados, o dinheiro teria sido investido em nome de laranjas.
O esquema funcionava através de um italiano, que tem residência na Paraíba. Ele constituiu empresa de fachada no ramo de mineração. Essa empresa simulava a venda de minérios para o exterior, sobretudo para uma empresa situada na Suíça. De acordo com informações obtidas em colaboração com a Interpol, o inquérito policial revelou que a empresa suíça é comandada também por italianos, que remeteram grandes quantias em dinheiro para o Brasil em decorrência da compra fictícia de minério.
O dinheiro foi internalizado no Brasil através Paraíba, mediante de contratos de câmbio ideologicamente falsos.
Com informações do Expresso PB.

Nenhum comentário:


Fornecido Por Cotação do Euro