A mulher que foi baleada na mão dentro do carro do jogador de
futebol Adriano voltou a dizer, na tarde deste sábado (24), em
depoimento à polícia, que o disparo foi feito quando a arma estava com o
atacante. Adriene Cyrilo Pinto, de 20 anos, foi ouvida pelo delegado
adjunto da Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), Carlos César dos
Santos, no Hospital Barra D'Or, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde
permanece internada e passará por cirurgia na próxima terça-feira (27).
A vítima disse que o atleta estava no banco de trás do carro. As
outras cinco pessoas que estavam no veículo contradizem a versão dada
pela mulher, afirmando que ele estava no banco do carona. Ela admitiu
que chegou a pegar a pistola calibre 40, mas devolveu em seguida para
Adriano, como conta o delegado.
- Segundo ela, e ela é a única que diz isso, a arma estava sendo manuseada pelo Adriano quando houve o disparo.
O jogador
Adriano esteve no hospital,
onde ficou por cerca de três horas. Ele também foi ouvido por Santos, a
quem fez outro relato. Na versão do atleta, ele estava no banco da
frente (carona) quando houve o disparo e as quatro mulheres estavam no
banco de trás, entre elas, Adriene, com a arma. É o mesmo que
dizem outras duas jovens que estavam no carro - Adriana Ximenes
e Daniele Pena, ambas de 28 anos.
O tenente reformado da Polícia Militar e segurança de Adriano,
Júlio César Barros de Oliveira, 25 anos, que dirigia a BMW e é o dono da
arma, contou em depoimento que, antes de entrar na boate, a
deixou embaixo do banco e que ela deslizou para o pé da vítima durante a
movimentação do veículo. O segurança disse não saber quem efetuou o
disparo e que
não emprestou a arma para ninguém.
Assim
como Oliveira, outra testemunha, a amiga de Adriene, Viviane Faria de
Fraga, 23 anos, que também estava no carro, disse à polícia que não viu
quem disparou a arma.
Segundo o delegado, as
versões das testemunhas se contradizem e
dificultam as investigações. Peritos do Instituto de Criminalística
Carlos Éboli colheram material nas mãos de Adriano e da vítima para
verificar se há resíduos de pólvora, além de realizar a perícia no
carro do jogador, recolhendo o projétil que atingiu a mulher e
analisando de que direção partiu o tiro.
Ainda de acordo com Carlos César dos Santos, se for comprovado que
Adriano atirou, mesmo que acidentalmente, ele responderá por lesão
corporal culposa (sem intenção de matar).
A arma é de uso
exclusivo das Forças Armadas. Oliveira é chefe da equipe de seguranças
de Adriano e tenente reformado da Polícia Militar. Segundo a PM, mesmo
estando na reserva, o porte de arma dele é legal.
Uma pré-perícia no veículo localizou a bala no forro do carro. A lataria não foi perfurada porque o carro é blindado.
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