Brasil ocupa 3º lugar no ranking mundial de mortes no trânsito, com 50,7 mil por ano
Alarmada, a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro prepara um projeto de lei para responsabilizar autoridades públicas pela tragédia sobre quatro rodas. Presidente do bloco, o deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ) tem na alça de mira o presidente do Departamento Nacional de Trânsito, Orlando Moreira da Silva — ainda interino —, e o ministro das Cidades, Mário Negromonte, a quem o Denatran se submete. Para o deputado, o ministério e o órgão têm sido omissos na questão.
— Queremos um plano nacional de redução de acidentes de trânsito, que mataram mais de 50 mil em 2010, mas isso depende de responsabilizar autoridades públicas. A lei só vale para o motorista, mas não para o administrador público. Não há um líder nessa história, que poderia ser o Denatran ou o Ministério das Cidades, mas ninguém faz nada — afirma o parlamentar.
A presença no ranking de países com o trânsito mais violento no mundo coloca o Brasil em uma incômoda posição às vésperas do lançamento da Década Mundial do Trânsito, a ser lançada na próxima quarta-feira. Para o deputado Hugo Leal, a explicação para isso pode estar no contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset).
De acordo com Leal, só um sexto do dinheiro arrecadado em multas saiu dos cofres do Funset, que é administrado pelo Denatran.
— O governo tinha R$ 1,2 bilhão em 2010, mas só liberaram R$ 200 milhões porque a Justiça mandou. Só que usaram o dinheiro em campanhas na TV. Tem que haver educação nas escolas — afirma o deputado.
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