quinta-feira, 11 de agosto de 2011

TJ de Minas confirma decisão de juíza e Bruno vai a júri popular


A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou por unanimidade nesta quarta-feira decisão da juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, de encaminhar o goleiro Bruno Fernandes de Souza e os outros três réus para julgamento popular pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador. A data ainda será marcada.

Além de Bruno, irão a julgamento Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo e secretário de Bruno), Sérgio Rosa Sales (primo do goleiro) e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-policial e suposto autor do homicídio). Eles vão responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Todos estão presos, mas Sérgio Sales será libertado.

A Câmara Criminal acatou o voto do desembargador Doorgal Andrada e decidiu dar liberdade ao réu Sérgio Sales, que poderá aguardar o julgamento em liberdade. A favor dele, pesaram os argumentos do relator, segundo os quais Sérgio não possui "grande capacidade de influenciar testemunhas" e não dispõe de recursos financeiros para também tentar influenciar no processo.

As defesas dos réus tentaram livrá-los do júri popular e contestaram ainda vários outros pontos do processo, que já tem 7.962 folhas, mas apenas dois pontos foram acatados pelos três desembargadores, que julgaram 20 contestações e pedidos das defesas dos réus.

Por outro lado, a Câmara Criminal não acatou o recurso do Ministério Público Estadual para que fossem também denunciados por homicídio os outros quatro réus envolvidos no processo.

São eles: Dayanne Souza (mulher de Bruno), Fernanda Castro (ex-namorada de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do sítio do goleiro) e Emerson Souza, o Coxinha (amigo).

Esses outros quatro réus aguardam o julgamento em liberdade. Eles respondem a processos por sequestro e cárcere privado.

Os dois pontos das contestações acatados pelo desembargador relator dizem respeito ao fato de os delegados de Polícia Civil que investigaram o caso não terem sido ouvidos na primeira fase do processo em audiências com a participação das defesas dos réus. O outro são termos escritos pela juíza no processo.

Andrada disse que os delegados poderão ser ouvidos como informantes durante o julgamento. O desembargador Herbert Carneiro disse que compete à juíza nessa nova fase garantir esse direito aos advogados. Essa decisão foi seguida pelo desembargador Delmival de Almeida Campos, que presidiu a sessão.

Outro argumento acatado parcialmente pelo relator foi a retirada dos autos das expressão "forma cruel" e "barbaramente" empregados pela juíza para se referir à morte de Eliza Samudio.

Andrada concordou com os argumentos da defesa, embora tenha afirmado que, ao fazer a pronúncia, a juíza Marixa Rodrigues foi até cuidadosa, destacando ter havido "indícios da morte da ex-amante do goleiro".

Caberá à juíza do Tribunal do Júri de Contagem marcar a data do julgamento. O desembargador Campos disse já ter pedido à magistrada que decida esse caso de forma rápida, diante do interesse que ele desperta na sociedade.

O CASO

Eliza Samudio desapareceu em junho do ano passado. Ela pedia pensão para o filho que teve com o goleiro Bruno. Segundo a denúncia, Bruno não queria pagar e, por isso, montou um plano para matá-la com ajuda de Macarrão.

O corpo de Eliza nunca foi encontrado. As principais provas são o sangue dela encontrados em uma Land Rover do goleiro, então jogador do Flamengo, e objetos dela e do bebê deixados no sítio do jogador.

Um adolescente primo do goleiro já foi condenado pelo crime e cumpre medida socioeducativa em Belo Horizonte.

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