quinta-feira, 11 de agosto de 2011

De que lado a polícia está?Tiros no ônibus do Rio foram dados pela Polícia

odiário.com
"Se o policial ficasse do lado de fora, não haveria feridos", disse o analista de rede, 40 anos, testemunha do sequestro ao ônibus na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, que pediu para não ser identificado.
"Os assaltantes não atiraram. As balas vieram todas do lado de fora. Foi aterrorizante", contou outra passageira, Mara dos Santos, 52. A versão sobre os disparos, confirmada no fim do dia pela perícia, esteve presente nos depoimentos de todos os passageiros.
Mais calmo, após buscar na delegacia a mochila esquecida no ônibus, o analista falou ontem sobre os momentos de tensão dentro do coletivo. Sentado na penúltima fileira, viu quando os quatro assaltantes entraram, em frente à Central do Brasil.
"Não parecia haver nada de errado. Um deles se sentou atrás de mim. Percebi que estava um pouco nervoso, mas era só. Puxou a cortina e encostou a cabeça na janela, como se fosse dormir", contou. Segundo ele, não houve anúncio de assalto em momento algum.
Ao passar em frente ao campus da Universidade Estácio de Sá, na Presidente Vargas, o motorista Wagner Silva França, 40 anos, viu os PMs.
Parou, ligou o pisca alerta e desceu. Relatou aos militares a entrada de quatro "suspeitos" e um policial subiu. Pediu aos passageiros que ficassem de pé e colocassem os pertences por cima dos bancos "Foi neste momento que os bandidos sacaram as armas. Um deles tomou a arma do policial e o expulsou do ônibus", disse o analista de rede.
Em pânico, alguns passageiros também conseguiram desembarcar. Dois assaltantes fugiram: Clerivan da Silva Mesquita, 19, fez uma passageira como refém e Jean Júnior da Costa de Oliveira, 21, passou-se por vítima.
Como o motorista abandonou o ônibus, os assaltantes restantes escolheram um passageiro para dirigir o veículo. "Um dos bandidos perguntou qual de nós sabia dirigir, e demorei para responder. Um outro rapaz tremia, então ele olhou para mim e disse que seria eu. Nunca havia pilotado um ônibus antes, mas quando expliquei isso o assaltante disse: ‘É hoje que você vai aprender’", contou o técnico em informática Hélio Gomes da Mota, 30 anos.
Jean Júnior é sobrinho do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar, e o único dos quatro suspeitos que não tem antecedentes criminais. O advogado dele, Marco Aurélio Santos, apresentou na 6ª DP um prontuário médico "provando" que o cliente não estava na capital fluminense no momento do crime.
No entanto, qualquer documento agora deve ser apresentado à Justiça, pois o auto da prisão em flagrante já foi encaminhado.

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