Vídeo mostra abordagem suspeita de PMs presos em operação no Rio
PMS sequestraram dois suspeitos para extorsão atráves de sequestro.
Entre os presos em Operação nesta quinta, está comandante de Batalhão.
A Operação Ave de Rapina, que investigou a conduta dos PMs, prendeu nesta quinta-feira (9) 16 policiais, incluindo o comandante do 17º Batalhão (Ilha do Governador), pela acusação de extorsão mediante sequestro. Foram cumpridos também 43 mandados de busca e apreensão. A ação foi realizada pela Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
As imagens de uma câmera instalada na parte externa da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, mostram que, às 19h01 do dia 16 de março, um cerco foi montado por PMS do 17º Batalhão nas proximidades da base. Ás 19h04, um Ford Eco Sport foi parado no canto direito da pista. No início do vídeo, PMs se movimentam na área próxima ao muro da base aérea, por trás de algumas árvores.
Em seguida, outras viaturas chegam ao local da abordagem. A ação continua até os 0:15 de vídeo, quando os detidos Evnilson Ferreira Pinto e Rodrigo da Silva Alves são colocados deitados no chão. Segundo as investigações, ambos são suspeitos de tráfico de drogas no Morro do Dendê, comandado por Fernandinho Guarabu, um dos criminosos mais procurados do Rio. Aos 0:20, os dois continuam no chão enquanto os PMS conversam com eles.
Comandante e PMs são presos por suspeita de extorsão na Ilha (Foto: Reprodução/TV Globo)
A ação continua até 01:16 de vídeo,
quando dois, juntamente com André Cosmo Correa Vaz, são postos na
viatura da PM. Logo em seguida, os PMS colocam Rogério Vale Mendonça e
Atileno Marques da Silva na viatura, mas no banco de trás do veiculo.
Com os cinco dentro do carro, os PMS deixam o local aos 01:38 de vídeo.O secretário de segurança do Estado do Rio José Mariano Beltrame comentou a conduta dos policiais militares e disse que, apesar das prisões, o comandante geral da PM, Coronel Luiz Cláudio Castro, pemanecerá no cargo. "Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém, mas também não vamos tomar decisões antes do juízo", declarou.
SESEG vai oficiar Aeronáutica
O subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança do Estado do Rio (Seseg), Fábio Galvão, vai mandar um ofício para a Aeronáutica pedindo explicações sobre a relação entre militares da Base Aérea do Galeão com policiais do 17º BPM (Ilha do Governador). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (9) em uma coletiva de imprensa para explicar a prisão de 16 policiais militares do 17º BPM na operação Ave de Rapina. Segundo o Ministério Público, os policiais presos têm envolvimento no sequestro de criminosos da comunidade do Dendê, Ilha do Governador, em troca de um resgate de R$ 300 mil.
Na ocasião do sequestro, a equipe da Auditoria Militar do Estado do Rio pediu imagens das câmeras de segurança da Base Aérea do Galeão para investigar a conduta dos policiais. No entanto, segundo Fábio, o conteúdo registrado pelas câmeras foi parar no 17º BPM e não com a Auditoria Militar.
"Vamos oficiar novamente a Aeronáutica para saber porque as imagens foram para o batalhão. Acredito que, de repente, possa existir uma relação de amizade", disse.
As imagens das câmeras da Base Aérea, quando enviadas para o 17º BPM, motivaram a prisão de boa parte dos agente envolvidos no sequestro cerca de um mês depois, segundo o subsecretário.
"Em abril, cerca de um mês após o ocorrido, o batalhão anunciou a prisão de 14 policiais militares envolvidos no sequestro dos traficantes. O caso foi noticiado pela imprensa e o fato foi tratado como algo positivo, uma resposta rápida das autoridades", explicou.
No entanto, segundo Fábio, uma ligação anônima feita para membros da inteligência ajudou a entender o que realmente estava por trás dessas prisões.
"Recebemos uma ligação anônima que dizia que somente os praças do batalhão haviam sido presos e que policiais que faziam o IPM [ inquérito policial militar] dentro do 17º estavam sendo pressionados a não envolver membros do comando naquelas prisões", explicou.
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