PF apreende R$ 100 mil com apoiador de Bruno Covas; valor segue retido
Dinheiro e cheques estavam com servidor licenciado Mário Welber.
Welber tem até esta sexta (10) para apontar origem do dinheiro.
Welber (de cinza) e Covas (camisa branca) em entrevista em junho. (Foto: Reprodução/Instagram)
A Polícia Federal (PF) de São Paulo apreendeu R$ 100 mil em espécie e
16 cheques com o servidor público estadual licenciado Mário Welber,
apoiador da campanha de Bruno Covas no interior paulista. A apreensão
ocorreu em 27 de setembro, no aeroporto de Congonhas. Segundo a PF,
Welber tem até sexta-feira (10) para se manifestar sobre a origem do
dinheiro.A PF diz que os valores seguem retidos. Na ocasião da apreensão, o servidor foi ouvido e liberado. O G1 tenta ouvir Welber, mas não obteve retorno dos telefonemas.
Bruno Covas, eleito deputado federal pelo PSDB neste domingo (5), divulgou nota na qual aponta que o dinheiro pertence ao apoiador e que os cheques da campanha foram cancelados (veja íntegra abaixo).
De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, Mário Welber embarcaria com o dinheiro em espécie em uma mala para Rio Preto, no interior de São Paulo. Ele informou que colabora com a campanha de Covas no interior, mas que não é seu assessor.
A PF informou que o viajante foi levado para sua Superintendência Regional em São Paulo, mas não foi preso. Foi instaurado inquérito policial para investigar a origem do numerário. Segundo a PF, caso se comprove que o dinheiro tem origem legal, ele será devolvido.
Ao “O Estado de S.Paulo”, Welber disse que havia ido a São Paulo para "fazer um negócio", a compra de um carro, mas que ele não deu certo e retornava a Rio Preto.
Em 2012, ao declarar seu patrimônio quando se candidatou como vereador, Welber informou que tinha um Fiat Punto no valor de R$24 mil e o total de patrimônio era de R$ 92.580,78.
Welber atualmente é assessor técnico da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), tendo sido admitido em 2013. Ele pediu licença sem remuneração de suas funções entre os dias 31 de julho e 10 de outubro deste ano.
Portar dinheiro em espécie não é crime, explica o consultor de segurança da TV Globo e ex-delegado da Polícia Federal Daniel Lorenz. Segundo ele, porém, a polícia tem “justa causa” para apreender os valores. Com base na lei de lavagem de dinheiro, cabe à pessoa que carrega o dinheiro provar sua origem legal, a chamada inversão do ônus da prova, explica.
Posicionamento de Bruno Covas
Veja a íntegra da nota da assessoria de Bruno Covas:
"Fomos informados na quarta-feira, dia 1 de outubro, pelo advogado Evandro Capano de que seu cliente, Mario Welber, ex-candidato a vereador por Rio Preto e apoiador da campanha de Bruno Covas, recebeu um auto de apreensão da Policia Federal, no sábado, dia 27. Ao embarcar no aeroporto de Congonhas com destino a Rio Preto, Mario Welber levava cheques da campanha de Bruno Covas assinados pelo contador da campanha e endereçados ao coordenador político da região Ulysses Terceiro. Os cheques se destinavam a pagamentos de prestadores de serviço da região de Rio Preto, estavam contabilizados e dentro da prestação de contas da campanha. Mario Welber estava em São Paulo para, segundo ele, compromissos particulares e, a pedido do contador da campanha, aproveitou a passagem para encontrá-lo e levar os cheques para o coordenador local, uma vez que voltaria naquele mesmo dia para Rio Preto. De acordo com o advogado, Mario Welber prestou os esclarecimentos necessários e se prontificou a apresentar quaisquer que sejam as informações e documentos necessários. Diante do extravio, os cheques foram cancelados.
Ainda de acordo com o advogado, havia, na mala de mão de Mario Welber, vários cartões de vários candidatos (retidos pela PF). O advogado informou, ainda, que faria nessa semana, entre os dias 8 e 9, a apresentação de todos os documentos necessários para o devido esclarecimento da situação fiscal de seu cliente."
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