Entre 2002 e 2012 Goiás passou para 4º no ranking de mortes violentas, aponta Mapa da Violência
Estudo completo foi divulgado nesta quarta-feira. Tendência
de aumento na quantidade de homicídios abrange todo o país, com exceção
da Região do Sudoeste
A tendência de aumento da violência em Goiás segue o que vem ocorrendo em todo o Brasil. O país chegou a sua maior taxa de homicídios desde 2002, conforme registrado no Mapa da Violência 2014, divulgado nesta quarta-feira (2/6). O estudo tem por base, entre outros dados, levantamentos feitos pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Os números do estudo são referentes aos casos registrados em 2012, e traz de maneira minuciosa o quantitativo de casos de morte violenta ocorridos em todos os Estados. Em 2012, foram vítimas de morte violenta no Brasil 112 .709 pessoas, das quais 56.337 foram assassinadas (53,4% desse total foram jovens entre 15 e 29 anos, sendo que de 1980 a 2012, o índice de assassinatos dessa faixa etária passou de 19,6 para cada 100 mil jovens para 57,6 –– aumento de 37%). Os demais casos referem-se a outros tipos de morte, como acidentes de transportes (46.051) e suicídios (10.321).
Goiás, que há uma década tinha o índice de violência considerado regular e até baixo, com uma taxa de 13,4% assassinatos para cada 100 mil habitantes em 1998, passou a 44,3% em 2012, o que colocou naquele ano em quarto no ranking de mais violento do país. Em 2012 foram listados pelo mapa 2.214 mortes violentas, 511 casos a mais que em 2011 (2.214) e 939 casos a mais que em 2002 (1.275). Em uma década, a alta foi de 113,7%, e entre 2011 e 2012 de 23,1%. Em uma década, a taxa de homicídios de jovens em Goiás foi de 87,5 para cada 100 mil pessoas entre 15 e 29 anos.
Em âmbito nacional, somente a Região Sudoeste não apresentou aumento de violência, com destaque para São Paulo, que tem conseguido reduzir os números a cada novo levantamento. Norte e Nordeste, conforme o estudo, foram as que mais aumentaram suas taxas –– na primeira região, ocorreram 6.098 homicídios em 2012, mais que o dobro do verificado em 2002 (2.937). Sul e Centro-Oeste tiveram aumentos porcentuais de 41,2% e 49,8%, respectivamente.
No que tange Goiânia, o estudo apontou que há dois anos ocorreram 739 casos de morte violenta, alta de 71% na comparação com o registrado em 2002 (430), e alta de 12,5% ante 2011 (657). A taxa de homicídios na capital goiana em 2012 foi de 55,4% para cada 100 mil habitantes.
Neste mesmo ritmo, no mês de junho último foi batido o recorde de assassinatos em Goiânia (computa-se aproximadamente 80 mortes violentas somente na capital, embora os dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública ainda não tenham sido divulgados). O recorde anterior havia sido registrado em dezembro de 2013, com 61 homicídios, o que levou as autoridades ligadas à segurança pública a lançarem estratégias de contenção da violência. Foram mapeados os 15 bairros mais violentos da capital, que têm recebido reforço policial. No início de 2014, houve certa redução nos índices, que estavam praticamente estáveis numa média de 50 casos mensais até o mês passado, quando na semana de estréia da Copa do Mundo houve aumento exponencial na quantidade de assassinatos. Segundo as autoridades policiais, a maioria dos homicídios ocorridos em Goiânia têm relação com o tráfico de drogas.
Sobre os dados do Mapa da Violência 2014, a Secretária de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) enviou a seguinte nota:
A tendência de aumento da violência em Goiás segue o que vem ocorrendo em todo o Brasil. O país chegou a sua maior taxa de homicídios desde 2002, conforme registrado no Mapa da Violência 2014, divulgado nesta quarta-feira (2/6). O estudo tem por base, entre outros dados, levantamentos feitos pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Os números do estudo são referentes aos casos registrados em 2012, e traz de maneira minuciosa o quantitativo de casos de morte violenta ocorridos em todos os Estados. Em 2012, foram vítimas de morte violenta no Brasil 112 .709 pessoas, das quais 56.337 foram assassinadas (53,4% desse total foram jovens entre 15 e 29 anos, sendo que de 1980 a 2012, o índice de assassinatos dessa faixa etária passou de 19,6 para cada 100 mil jovens para 57,6 –– aumento de 37%). Os demais casos referem-se a outros tipos de morte, como acidentes de transportes (46.051) e suicídios (10.321).
Goiás, que há uma década tinha o índice de violência considerado regular e até baixo, com uma taxa de 13,4% assassinatos para cada 100 mil habitantes em 1998, passou a 44,3% em 2012, o que colocou naquele ano em quarto no ranking de mais violento do país. Em 2012 foram listados pelo mapa 2.214 mortes violentas, 511 casos a mais que em 2011 (2.214) e 939 casos a mais que em 2002 (1.275). Em uma década, a alta foi de 113,7%, e entre 2011 e 2012 de 23,1%. Em uma década, a taxa de homicídios de jovens em Goiás foi de 87,5 para cada 100 mil pessoas entre 15 e 29 anos.
Em âmbito nacional, somente a Região Sudoeste não apresentou aumento de violência, com destaque para São Paulo, que tem conseguido reduzir os números a cada novo levantamento. Norte e Nordeste, conforme o estudo, foram as que mais aumentaram suas taxas –– na primeira região, ocorreram 6.098 homicídios em 2012, mais que o dobro do verificado em 2002 (2.937). Sul e Centro-Oeste tiveram aumentos porcentuais de 41,2% e 49,8%, respectivamente.
Capitais
Em relação às capitais mais o Distrito Federal, o Mapa da Violência 2014 aponta o processo inverso, apesar de o porcentual de diferença ser baixo. Enquanto o total de mortes violentas ocorrido em todas as capitais somava 18.917 em 2002, em 2012 o número caiu para 17.800 (diferença de 1.117 casos). “Esse panorama fica mais matizado e heterogêneo ao considerar as capitais de forma específica. No balanço da década 2002/2012, as capitais evidenciaram uma queda que pode ser considerada moderada: 15,4%. Mas podemos observar, mais minunciosamente, que várias delas tiveram avanços bem preocupantes, enquanto outras diminuíram drasticamente seus índices”, diz o levantamento.No que tange Goiânia, o estudo apontou que há dois anos ocorreram 739 casos de morte violenta, alta de 71% na comparação com o registrado em 2002 (430), e alta de 12,5% ante 2011 (657). A taxa de homicídios na capital goiana em 2012 foi de 55,4% para cada 100 mil habitantes.
Neste mesmo ritmo, no mês de junho último foi batido o recorde de assassinatos em Goiânia (computa-se aproximadamente 80 mortes violentas somente na capital, embora os dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública ainda não tenham sido divulgados). O recorde anterior havia sido registrado em dezembro de 2013, com 61 homicídios, o que levou as autoridades ligadas à segurança pública a lançarem estratégias de contenção da violência. Foram mapeados os 15 bairros mais violentos da capital, que têm recebido reforço policial. No início de 2014, houve certa redução nos índices, que estavam praticamente estáveis numa média de 50 casos mensais até o mês passado, quando na semana de estréia da Copa do Mundo houve aumento exponencial na quantidade de assassinatos. Segundo as autoridades policiais, a maioria dos homicídios ocorridos em Goiânia têm relação com o tráfico de drogas.
Sobre os dados do Mapa da Violência 2014, a Secretária de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) enviou a seguinte nota:
Em relação ao Mapa da Violência 2014, divulgada pela imprensa, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás informa que:
- Os dados do estudo são relativos a 2012. A SSPGO dispõe de dados de 2014, coletados em tempo real, que demonstram outro cenário.
- Os números atualizados da SSPGO demonstram que houve uma contenção expressiva no crescimento do número de homicídios no Estado, que estava acima de 20% nos anos anteriores e que caiu para 6% em 2013. No primeiro quadrimestre de 2014, os registros foram estabilizados, inclusive com queda na taxa por 100 mil habitantes.
- A fonte do Mapa da Violência é o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do DATASUS, que inclui como homicídio naturezas criminais diversas, como latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes a esclarecer e morte por intervenção policial, dentre outras. Com isso, o Mapa da Violência cita 2.725 homicídios ocorridos em Goiás em 2012, quando, segundo a Gerência de Análise de Informações da SSPGO, o número correto foi é de 2.426. Tal discrepância metodológica dificulta uma análise mais precisa do cenário.
- É preciso ressaltar, também, melhoria significativa na coleta e divulgação de dados por parte do DATASUS em Goiás nos últimos anos. Segundo o estudo Mapa de Homicídios Ocultos no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Estado, o índice de homicídios ocultos era de 24% em 1996. Esse índice caiu para 3,5% em Goiás enquanto, no Brasil, a média é de 18%, sempre de acordo com o Ipea.
- A análise da violência exige a avaliação de vários fatores, cujos impactos são nacionais ou locais. Entre os fatores nacionais podemos listar a brandura da legislação penal (que permite que as pessoas presas estejam rapidamente em liberdade) e sua consequência imediata: a reiteração e a reincidência criminal (que está em aproximadamente 70%); e a desigualdade social. Entre os aspectos locais estão o crescimento econômico e populacional (segundo o IBGE, Goiás foi a segunda unidade da federação a mais receber imigrantes na última década); o fato de Goiás ser o único Estado a ter duas regiões metropolitanas no Brasil (a Região Metropolitana de Goiânia e a do Entorno do Distrito Federal) e, ainda, a desigualdade social profunda em Goiânia (uma das maiores do mundo, de acordo com relatório da ONU baseado no índice GINI).
- Outro ponto significativo refere-se à desproporção nos investimentos na área de Segurança no Brasil, ao contrário do que ocorre na Saúde e na Educação. Enquanto os Estados investiram R$ 41 bilhões em 2012, os municípios gastaram R$ 3 bilhões e a União apenas R$ 7 bilhões (a maior parte desse montante nas Polícias Federal e Rodoviária Federal). Essa partilha precisa ser urgentemente rediscutida.
Feitas essas ressalvas, a SSPGO reconhece que o número de homicídios em Goiás alto, assim como em todo o País, e, por isso, não tem medido esforços para cumprir com suas atribuições.
Apenas para listar ações recentes, a pasta aumentou o efetivo policial em mais de 4 mil homens, adquiriu 86 câmeras de videomonitoramento, investiu e continua investindo no setor de Inteligência e em tecnologia, dotou as forças de segurança de veículos e armamento novos e aperfeiçoou o modelo de gestão, etc.
Essas medidas começam a dar resultados, mas outras devem ser tomadas para que, em curto, médio e longo prazos, tais resultados sejam ainda melhores e tornem-se permanentes.
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