Argentina diz que mantém o diálogo sobre o pagamento da dívida do país
O governo da Argentina disse hoje que mantém uma “atitude de diálogo” para poder chegar a um acordo sobre o litígio que decorre nos tribunais de Nova Iorque acerca das dívidas com os fundos de investimento.
“A Argentina tem uma atitude de diálogo para favorecer as negociações em condições justas e equitativas”, disse hoje Jorge Capitanich, chefe de gabinete do governo argentino a uma emissora de rádio de Buenos Aires.As negociações em Nova Iorque sobre um acordo que permita aplicar a sentença sobre os fundos de investimentos norte-americanos falharam até ao momento.
Os queixosos reclamam à Argentina dívidas por juros acumulados desde 2001 que, entre capital e investimentos, ascendeu a mais de 1.500 milhões de dólares.
Os credores pretendem que o pagamento seja feito em dinheiro, mas a Argentina defende que não pode cancelar o processo porque pode violar a cláusula legal que iria dar melhores condições aos credores que aderiram aos ‘swaps’ no período entre 2005 e 2010.
“A Argentina tem uma posição muito clara sobre a dignidade de um país soberano” disse o chefe de gabinete do primeiro-ministro à radio Mitre.
Depois de um pedido de embargo apresentado pelos credores ao juiz do caso, Thomas Griesa, de Nova Iorque, o dinheiro que a Argentina transferiu para os Estados Unidos para um pagamento da dívida reestruturada e que tinha de ser pago até ao dia 30 de junho foi bloqueado.
Quando o compromisso de pagamento não é cumprido, o detentor da dívida tem ainda um prazo para realizar a transferência.
No caso da Argentina, a dívida tem de ser paga até à próxima quarta-feira, mas Buenos Aires defende que legalmente já realizou o pagamento ao transferir o dinheiro e que se os credores não recebem o dinheiro é porque a decisão judicial bloqueou o dinheiro não permitindo cumprir prazos.
“Os argentinos têm de estar tranquilos porque a Argentina pagou”, disse o chefe de gabinete do Executivo de Buenos Aires, acrescentando que “este é o primeiro caso da história da humanidade em que se pretende questionar um país porque pagou”.
Capitanich sublinhou que se na próxima quarta-feira os credores da dívida reestruturada não tiverem o dinheiro tal pode implicar a Argentina em situações de incumprimento porque o país realizou o pagamento.
“Vão ter de inventar algum nome para definir uma situação em que um juiz, até ao momento, impede a transferência de fundos a cada um dos credores originais”, afirmou.
De acordo com a edição de hoje do jornal Clarin, de Buenos Aires, apesar da ausência de um acordo, “ainda há expetativas para uma solução” referindo-se ao encontro marcado para este fim-de-semana entre o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, e o advogado Daniel Pollack, o mediador indicado pelo juiz de Nova Iorque.
Na noite de sexta-feira, o Ministério da Economia disse que a reunião entre os representantes argentinos e o mediador aprofundou as questões relacionadas sobre os diferentes aspetos do litígio e as várias alternativas que se apresentam.
Dinheiro Digital com Lusa
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