quinta-feira, 17 de julho de 2014

Relatório registra 73 suicídios de índios em MS, recorde em 28 anos

Relatório registra 73 suicídios de índios em MS, recorde em 28 anos

Aliny Mary Dias
Índios da etnia Guarani-Kaiowá vivem situação de miséria, como a registrada em aldeia de Paranhos, ao sul do Estado (Foto: João Garrigó/Arquivo)Índios da etnia Guarani-Kaiowá vivem situação de miséria, como a registrada em aldeia de Paranhos, ao sul do Estado (Foto: João Garrigó/Arquivo)
Um relatório produzido pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e que reúne dados de violência sofrida por povos indígenas de todo o país aponta que no ano passado 73 indígenas cometeram suicídio em Mato Grosso do Sul, o número é o maior dos últimos 28 anos. O relatório completo está sendo lançado na manhã desta quinta-feira (17) na sede da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília.
De acordo com o documento, a situação registrada nas aldeias do Estado em 2013 é preocupante. Os 73 casos de mortes provocadas no ano passado equivalem a uma média de um suicídio a cada cinco dias. De todos os índios que tiraram a própria vida, 72 deles eram da etnia Guarani-Kaiowá e tinham entre 15 a 30 anos.
Ainda segundo dados do conselho, o número de suicídios praticamente triplicou nos últimos dez anos, já que entre 1986 e 1997 foram registrados 244 suicídios no Estado e nos últimos 13 anos o número saltou para 684 mortes.
As lutas judiciais sobre posse de território também é assunto do relatório. Conforme o Cimi, durante todo o ano passado apenas a Terra Indígena Kayabi, situada no Pará, foi homologada pelo Governo Federal, mas o procedimento demarcatório ainda não foi concluído. A média do atual Governo é de 3,6 homologações por ano.
O documento ainda traz dados sobre conflitos territoriais, invasões e exploração ilegal de recursos naturais, violências contra a pessoa e por omissão do poder público. A íntegra do relatório deve ser divulgada ainda hoje.

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