terça-feira, 29 de julho de 2014

Cientistas querem produzir teia de aranha em laboratório

Cientistas querem produzir teia de aranha em laboratório

Fotografia © Joana Bougard/Global Imagens
Cientistas querem produzir teia de aranha em laboratório
Investigadores brasileiros da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia estão a desenvolver uma pesquisa, em Brasília, para o fabrico de teias de aranha em laboratório, divulgou hoje a imprensa brasileira.
Elíbio Rech, que lidera a investigação, disse à Agência Brasil que a teia de aranha é um produto com alta aplicabilidade comercial e a forma como pode ser produzida define o conceito de sustentabilidade e uso racional da biodiversidade.
A pesquisa da Embrapa começou em 2003 com a procura na Amazónia, na Mata Atlântica e no Cerrado de aranhas que produzissem fibras e o mapeamento genético das glândulas que produzissem as proteínas que vão dar origem à seda da teia. 
Segundo a pós-doutoranda da Universidade de Brasília (UnB) Valquíria Lacerda, que trabalha no projeto, a criação em laboratório das proteínas da aranha é feita pela bactéria Escherichia coli.  
Para explicar os possíveis usos desta fibra, Rech faz a comparação com o plástico, ou seja, serve para quase tudo.  
"É um material novo que tem duas características, flexibilidade e resistência, e também é biodegradável. Tem uma característica física que permite um melhor desempenho para tudo", sublinhou o investigador. 
A fibra pode ser usada na produção de tecidos, em fios para sutura, para quem tem alergia ao nylon, por exemplo, e também em nanopartículas para o envio preciso de drogas e medicamentos para o corpo humano. 
Segundo Rech, a tecnologia da produção de fios de teias de aranha já está dominada e o próximo passo é definir um meio económico, rápido e seguro para a sua produção em larga escala. 
"O nosso interesse era juntar as duas coisas, que nós possamos produzir essa fibra, que está a ser feita hoje em bactéria, numa semente de soja ou noutra planta, de forma a reduzir o custo de produção", referiu Rech. 
Os investigadores já fizeram testes preliminares para introduzir em plantas, mas precisam de mais pessoas para compor o grupo de estudos.  
"No setor público temos dificuldade em manter os grandes cérebros, as pessoas vêm, ficam um tempo, recebem outras propostas e acabam saindo. Isso não é ideal para o projeto, mas faz parte da formação, o país ganha com isso", disse Rech. 


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