Japonês é libertado da prisão após 48 anos no corredor da morte
Iwao Hakamada tornou-se o prisioneiro a ficar mais tempo no corredor da morte em todo o mundo. Ele era acusado de assassinar uma família
Iwao Hakamada, prisioneiro japonês
(AFP e Reuters)
Uma das provas que foram utilizadas para condenar o réu foi uma camiseta ensanguentada que os promotores disseram que Hakamada usou durante o assassinato. Investigações mais recentes, contudo, mostraram que a roupa não continha o DNA do acusado. A Justiça do país, então, libertou Hakamada e ordenou a realização de um novo julgamento, dizendo que o veredito original era uma injustiça. A promotoria informou à agência Associated Press que recorrerá da decisão.
Leia também:
EUA vão pedir pena de morte para terrorista de Boston
EUA executam homem que matou mais de vinte negros e judeus entre 1977 e 1980
A decisão no caso de Hakamada é a sexta em que um condenado à pena de morte no Japão ganha o direito de se defender em um novo julgamento. O acontecimento foi comemorado por entidades da sociedade civil que criticam o sistema penal japonês. O país, assim como os Estados Unidos, China e outros, integra um grupo de apenas sete nações que ainda executam os seus prisioneiros. No Japão, por exemplo, os condenados não são informados da data em que ocorrerá a execução. O anúncio é feito somente na manhã em que o enforcamento está previsto.
O crime – Boxeador aposentado, Hakamada tinha 30 anos quando procurou um emprego em uma fábrica de alimentos na cidade de Shimizu, na costa sul do Japão. No dia 30 de junho, o dono da indústria, sua mulher e os dois filhos do casal foram esfaqueados até a morte. O criminoso ainda roubou uma quantia de 2.000 dólares antes de incendiar a casa. Dois meses depois, Hakamada foi preso, acusado de assassinato, roubo e incêndio da propriedade. A condenação à morte foi divulgada por um tribunal formado por três juízes, em 1968.
Um dos magistrados que emitiu o veredito disse em 2007 que se arrependia da decisão. “Eu pensei sobre esse caso por muitos anos. O veredito de culpado foi baseado somente em uma confissão de Hakamada. Mas ele assumiu a culpa depois de ser confinado e torturado em uma pequena sala por vinte dias. A polícia usou armas de choque e outros meios bárbaros para extrair confissões”, disse Norimichi Kumamoto. Segundo o jornal The Washington Post, as chances de Hakamada ser inocentado no novo julgamento são boas, uma vez que quatro dos outros cinco réus que tiveram o direito a uma nova defesa foram absolvidos. A sentença de apenas um caso ainda está pendente.
Os principais criminosos executados nos EUA
1 de 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário