Estado de Minas
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Sul da Ásia é uma das regiões mais vulneráveis em relação às mudanças do clima, com várias populações expostas à fome, tempestades e seca extrema |
O cenário nada animador é o desenhado por cientistas de todo o mundo que compõem o IPCC, caso não sejam reduzidas as emissões de dióxido de carbono (CO2). Eles vão passar a semana debatendo vários dos estudos desenvolvidos em diversos centros de pesquisas e vão elaborar um relatório do próximo informe global para determinar políticas e orientar negociações nos próximos anos. Em 13 de abril, o IPCC divulgará, em Berlim, seu terceiro volume sobre estratégias para fazer frente às emissões de gases de efeito estufa. “Temos uma imagem mais clara do impacto e das consequências, inclusive as consequências para a segurança”, disse Chris Field, da americana Carnegie Institution, que chefia a pesquisa. Algumas repercussões transfronteiriças das mudanças climáticas – redução das zonas geladas do planeta, as fontes de água compartilhadas ou a migração dos bancos de peixes – “têm o potencial de aumentar a rivalidade entre os países”, diz o informe.
O rascunho desses debates veio a público ontem, seis meses depois do primeiro volume do V Relatório de Avaliação do IPCC, no qual os cientistas deixaram claro sua certeza irrefutável de que o aquecimento global tem a mão do homem. No informe era previsto um aumento das temperaturas entre 0,3 e 4,8 graus centígrados neste século, 0,7 grau Celsius acima da média desde a Revolução Industrial. O nível dos oceanos aumentará entre 26 centímetros e 82cm até 2100, segundo suas estimativas. De acordo com o novo documento, os danos serão disparados a cada grau adicional, embora seja difícil quantificá-los. Um aumento nas temperaturas de 2,5 graus com relação à era pré-industrial – meio grau Celsius a mais que a meta fixada pela ONU – reduzirá os ganhos mundiais anuais entre 0,2% e 2%, o que corresponde a centenas de bilhões de dólares. “É certo que as avaliações que podemos fazer atualmente ainda subestimam o impacto real da mudança climática futura”, disse Jacob Schewe, do Instituto Postdam para a pesquisa das Mudanças Climáticas na Alemanha, que não participou da elaboração do rascunho do IPCC.
Lago Badovc, que abastece Pristina, capital do Kosovo, totalmente seco |
PERIGOS
Dados do rascunho divulgado ontem do IPCC
» INUNDAÇÕES
As emissões crescentes de gases de efeito estufa aumentarão "significativamente" o risco de inundações, às quais Europa e Ásia estarão particularmente expostas. Se confirmado o aumento extremo de temperaturas, três vezes mais pessoas ficarão expostas a inundações devastadoras.
»SECA
A cada 1º adicional na temperatura, outros 7% da população mundial terão reduzidas em um quinto as fontes de água renováveis.
»AUMENTO DO NÍVEL DOS MARES
Se nada for feito, em 2100 "centenas de milhões" de habitantes das regiões costeiras serão levados a se deslocar. Os pequenos países insulares do leste, sudeste e sul da Ásia verão suas terras reduzidas.
»FOME
Os cultivos de trigo, arroz e milho perderão em média 2% por década, enquanto a demanda de cultivos aumentará 14% em 2050, devido ao aumento da população mundial. Os mais prejudicados serão os países tropicais mais pobres.
»DESAPARECIMENTO DAS ESPÉCIES
Grande parte das espécies terrestres e de água doce correrá risco de extinção, pois as mudanças climáticas destruirão seu hábitat.
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