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terça-feira, 11 de março de 2014
Advogados de réus do mensalão esperam saída de Barbosa para pedir regime aberto
Advogados de réus do mensalão esperam saída de Barbosa para pedir regime aberto
Por
Wilson Lima- iG Brasília
Defesas
já poderiam trabalhar para concessão do benefício a partir do 2º
semestre, segundo Lei de Execuções Penais, mas acreditam que presidente
do STF emperraria pedidos
Barbosa tem monitorado as execuções penais dos condenados no mensalão e tem sido rigoroso na concessão de benefícios
Condenados como o ex-ministro chefe da Casa Civil
José Dirceu; o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares podem receber o beneficio já no final do ano. No entanto,
precisariam do aval do juiz de execução penal ou do relator do processo
do mensalão, no caso, ministro Joaquim Barbosa. Têm direito ao regime
aberto presos que executaram um sexto da pena total. Esse tempo pode ser
encurtado caso o detido comprove que está lendo ou executando trabalho
externo. A cada três dias estudado ou trabalhado, conforme a Lei de
Execuções Penais, o preso tem a redução de um dia na sua pena total.
No
melhor dos cenários (em caso de estudo ou trabalho regular), Dirceu e
Genoino podem deixar o regime semiaberto após dez meses de prisão, ou
seja, em setembro deste ano. No pior dos cenários, Genoino começaria a
cumprir o regime aberto no início de janeiro de 2015 e Dirceu, em março
do ano que vem. Delúbio poderia deixar a prisão após oito meses de
cumprimento de pena, mas seu benefício de trabalho externo foi suspenso e
só deixará o regime semiaberto em dezembro deste ano.
Advogados admitiram ao iG,
em caráter reservado, que é cedo para se pensar nas articulações com
objetivo de progressão de regime para os condenados do mensalão. Eles só
acreditam na possibilidade de que isso ocorra após a saída do ministro
Joaquim Barbosa do STF. Barbosa tem monitorado pessoalmente as execuções
penais dos condenados no mensalão e tem sido rigoroso na concessão de
benefícios (o regime aberto seria um deles). Leia mais: Transmissão de julgamentos do STF na TV divide comunidade jurídica
No
STF, especula-se que Barbosa deixe o Supremo ainda no primeiro semestre
desse ano (em maio) - embora ele já tenha dado sinais de que vá se
aposentar no início do segundo semestre - e crie uma entidade de combate
à corrupção. A iniciativa do presidente o manteria em evidência,
estratégia que o ajudaria a concorrer a um cargo eletivo em 2018. Nos
corredores do tribunal, fala-se que Barbosa não concordaria em ser
comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que assume o STF em
novembro.
Sem Barbosa à frente do STF, a execução das penas
caberia ao seu substituto direto, o ministro Ricardo Lewandowski. Com
uma postura menos radical que o colega, acredita-se que Lewandowski
deixaria todo o trâmite relacionado à execução de sentença aos juízes de
Execução Penal. Dessa forma, os advogados dos réus do mensalão
acreditam que seria mais fácil obter benefícios como a progressão para o
regime aberto.
Outros réus que não estão sendo diretamente
monitorados pelo presidente do Supremo têm tido menos dificuldades para
obter benefícios, como o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT). Desde
janeiro, ele faz dupla jornada de trabalho. Ele se divide na função de
coordenador administrativo do Hospital Santa Rosa e como médico legista
do Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. Nos dois empregos, ele ganha
aproximadamente R$ 14 mil. Ele é o único réu a ter obtido o benefício de
dois empregos externos.
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