Oito mil confirmam presença em Toplessaço, no Rio
O topless coletivo está marcado para começar às 10h no trecho da praia que fica em frente à Rua Joana Angélica
por Agência Estado
O evento será realizado na Praia de Ipanema (Foto: Divulgação) |
Oito mil pessoas confirmaram presença no Toplessaço, evento organizado
pelo Facebook para este sábado, o primeiro do verão, na Praia de
Ipanema, zona sul do Rio. O topless coletivo está marcado para começar
às 10h no trecho da praia que fica em frente à Rua Joana Angélica.
O evento foi criado no início do mês pela atriz e produtora de teatro
Ana Rios, de 23 anos. O ato inicialmente aconteceria de forma
descentralizada pela orla carioca, mas "por segurança" ela optou por
marcar local de concentração. "Marcamos um ponto de encontro para que
meninas que estavam com medo de possíveis abusos e violências possam
estar mais seguras. Teremos ainda uma comissão de segurança e o apoio da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de apitos sendo
distribuídos", diz Ana. "Nossa autonomia de decisão sobre o nosso corpo é
um direito fundamental."
A motivação para o Toplessaço veio da repressão policial sofrida pela
atriz Cristina Flores, de 37 anos. Em novembro, ela tirou a blusa na
Praia do Arpoador para ser fotografada e divulgar a peça "Cosmocartas".
Havia pouca gente na praia. Foi abordada por três policiais e obrigada a
vestir a blusa. Caso contrário, seria presa e autuada por "ato
obsceno".
Na página do evento deste sábado, as organizadoras dizem que "só em uma
cidade machista e violenta como a que vivemos o topless pode ser caso de
polícia". "Pelo fim da criminalizarão dos nossos corpos, das formas
femininas. Pela naturalização dos corpos! Pelo fim da repressão policial
e governamental dos nossos corpos. Vamos tirar o biquíni! Mulheres,
homens, crianças, idosos e todos nós. Juntem-se em um único topless!"
Segundo elas, homens vão usar a parte de cima de biquínis.
Para Ana, o topless é "apenas uma bandeira de uma prática super comum no
mundo". "Temos que reivindicar. Nosso corpo não é única e
exclusivamente objeto de desejo, posse e sexualidade. Pelo direito ao
corpo natural, não criminalizado, nem sacralizado, nem consumido",
argumenta a atriz.
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