O número de mortos nos confrontos dos últimos dias entre rebeldes e as tropas leais ao Governo do Sudão do Sul é de pelo menos 66, havendo relatos de mais 200 feridos e de sobrelotação dos hospitais.
"Por enquanto perdemos sete militares que morreram enquanto esperava por cuidados médicos e mais outros 59 foram mortos lá fora", disse o médico Ajak Bullen à rádio Miraya FM, enquanto outro estabelecimento médico citado pela AFP, o Juba Teaching Hospital, tinha esta manhã reportado 26 mortos, não sendo possível apurar se os números se somam um ao outro.De acordo com a agência de notícias espanhola Efe, que cita fontes médicas do Hospital Real de Juba, mais de 50 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas nos confrontos que eclodiram no domingo e continuam a registar-se neste país que ganhou a independência há dois anos.
Em declarações à agência de notícias espanhola Efe, o porta-voz do Exército afirmou que os confrontos desta madrugada registaram-se com "uma pequena força da Guarda Presidencial" e acrescentou que a situação está controlada.
Os relatos de confrontos entre dissidentes do Governo, liderados pelo antigo vice-presidente, e forças leais ao Executivo, levaram já a União Africana a pedir "a máxima moderação" para evitar a escalada do conflito.
A presidente da comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, expressou a sua "enorme preocupação" com a segurança da população civil, vítima dos confrontos que começaram no domingo nos arredores da capital, Juba, e que já se estenderam até ao centro da cidade.
"Esta foi uma tentativa de golpe de Estado", disse o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, na segunda-feira, culpando o agora inimigo e antigo vice-presidente, Riek Machar, que foi demitido em julho, por ter começado a violência no país, situado entre o Uganda e o Quénia.
"O vosso governo está a controlar totalmente a segurança em Juba. Os atacantes fugiram e as vossas forças [de segurança] estão a persegui-los. Eu prometo-vos que a justiça vai prevalecer. Não vou permitir nem tolerar que incidentes como este voltem a acontecer na nossa nova nação. Eu condeno estes atos criminosos da forma mais forte possível", disse o presidente num discurso.
Um recolher obrigatório entre as 18:00 e as 06:00 foi imposto, e vai permanecer em vigor até anúncio em contrário, disse o porta-voz das forças armadas às rádios locais, acrescentando que as tropas leais ao presidente estão "a controlar a situação".
Apesar de rico em petróleo, o empobrecido Sudão do Sul conseguiu a independência em 2011 depois de um referendo em que a esmagadora maioria da população apoiou a separação do norte.
As tensões políticas avolumaram-se nas últimas semanas, e já este mês o antigo vice-presidente, Riek Machar, e a viúva do fundador do país, John Garang, criticaram publicamente o atual presidente, acusando-o de se comportar como um ditador.
Diário Digital com Lusa
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