Ataque contra aldeia na República Democrática do Congo mata ao menos 40 civis
(AFP)
Kinshasa
— Ao menos 40 civis morreram na quarta-feira em um ataque atribuído a
rebeldes de Uganda a uma aldeia de Kamango, no leste da República
Democrática do Congo, que o exército retomou com a ajuda de Capacetes
Azuis da ONU."Até esta manhã, encontramos mais de 40 corpos, todos eles civis, nos banheiros. As equipes da Cruz Vermelha e da polícia estão investigando se há mais vítimas", declarou à AFP Tedy Kataliko, presidente da Sociedade Civil do território de Beni, onde se encontra a aldeia de Kamago, local do ataque.
Ele acrescentou que havia uma dezena de pessoas feridas em estado grave. "Mais de dez casas foram incendiadas", explicou o responsável por esta Sociedade Civil, que reúne sindicatos e ONGs.
Na madrugada desta quarta-feira, homens armados se apoderaram de Kamango, pouco protegida pelo exército regular e localizada 500 km ao norte de Goma, a capital da província de Kivu do Norte.
Durante a tarde, helicópteros sul-africanos da brigada de intervenção da ONU bombardearam as posições dos criminosos e no fim do dia o exército retomou o controle da cidade.
A Sociedade Civil de Kivu do Norte afirmou que os autores do ataque eram rebeldes ugandeses das Forças Aliadas Democráticas Exército Nacional para a Libertação de Uganda (ADF-Nalu), que estavam associados a militares ugandeses.
O ADF-Nalu atua em Kivu do Norte. O grupo atualmente é composto por islamitas e dirigido desde 2007 por Jamil Mukulu, sobre o qual pesam sanções da ONU desde 2011.
Desde 2001, o ADF-Nalu figura na lista de organizações terroristas elaborada por Estados Unidos.
Na noite de quarta-feira, dez caminhões de soldados dos comandos do exército do Congo deixaram Goma em direção ao território de Beni. A capital, também chamada de Beni, encontra-se a 90 km de Kamango.
Estes militares devem reforçar a unidade de reação rápida das FARDC (o exército da RDC), em missão há alguns dias na zona do Beni.
No fim de outubro, o presidente Joseph Kabila lançou um ultimato aos grupos armados do leste do país, convocando-os a depor as armas, sob a ameaça de obrigá-los a se render à força.
Desde o fim da rebelião do Movimento de 23 de março (M23) - que capitulou no dia 5 de novembro após 18 meses de luta armada - vários grupos armados expressaram sua vontade de depor as armas, e milhares de combatentes já se renderam.
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