quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ataque contra aldeia na República Democrática do Congo mata ao menos 40 civis

Ataque contra aldeia na República Democrática do Congo mata ao menos 40 civis
(AFP)
Kinshasa — Ao menos 40 civis morreram na quarta-feira em um ataque atribuído a rebeldes de Uganda a uma aldeia de Kamango, no leste da República Democrática do Congo, que o exército retomou com a ajuda de Capacetes Azuis da ONU.
"Até esta manhã, encontramos mais de 40 corpos, todos eles civis, nos banheiros. As equipes da Cruz Vermelha e da polícia estão investigando se há mais vítimas", declarou à AFP Tedy Kataliko, presidente da Sociedade Civil do território de Beni, onde se encontra a aldeia de Kamago, local do ataque.
Ele acrescentou que havia uma dezena de pessoas feridas em estado grave. "Mais de dez casas foram incendiadas", explicou o responsável por esta Sociedade Civil, que reúne sindicatos e ONGs.
Na madrugada desta quarta-feira, homens armados se apoderaram de Kamango, pouco protegida pelo exército regular e localizada 500 km ao norte de Goma, a capital da província de Kivu do Norte.
Durante a tarde, helicópteros sul-africanos da brigada de intervenção da ONU bombardearam as posições dos criminosos e no fim do dia o exército retomou o controle da cidade.
A Sociedade Civil de Kivu do Norte afirmou que os autores do ataque eram rebeldes ugandeses das Forças Aliadas Democráticas Exército Nacional para a Libertação de Uganda (ADF-Nalu), que estavam associados a militares ugandeses.
O ADF-Nalu atua em Kivu do Norte. O grupo atualmente é composto por islamitas e dirigido desde 2007 por Jamil Mukulu, sobre o qual pesam sanções da ONU desde 2011.
Desde 2001, o ADF-Nalu figura na lista de organizações terroristas elaborada por Estados Unidos.
Na noite de quarta-feira, dez caminhões de soldados dos comandos do exército do Congo deixaram Goma em direção ao território de Beni. A capital, também chamada de Beni, encontra-se a 90 km de Kamango.
Estes militares devem reforçar a unidade de reação rápida das FARDC (o exército da RDC), em missão há alguns dias na zona do Beni.
No fim de outubro, o presidente Joseph Kabila lançou um ultimato aos grupos armados do leste do país, convocando-os a depor as armas, sob a ameaça de obrigá-los a se render à força.
Desde o fim da rebelião do Movimento de 23 de março (M23) - que capitulou no dia 5 de novembro após 18 meses de luta armada - vários grupos armados expressaram sua vontade de depor as armas, e milhares de combatentes já se renderam.

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