sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Escalada da violência na República Centro-Africana

Soldados franceses patrulham vizinhanças de Bangui, na República Centro-Africana, nesta quinta-feira, 26 de dezembro de 2013.

Soldados franceses patrulham vizinhanças de Bangui, na República Centro-Africana, nesta quinta-feira, 26 de dezembro de 2013.
REUTERS/Andreea Campeanu

Tiros voltaram a ser ouvidos na madrugada desta sexta-feira em Bangui, capital da República Centro-Africana, país que vive uma escalada da violência interreligiosa. Soldados franceses da operação Sangaris e africanos da Misca, missão de paz da ONU, tentam controlar dois bairros ao norte de Bangui para evitar novos confrontos. A quarta-feira foi particularmente violenta com a morte de pelo menos 40 pessoas, sendo seis soldados chadianos.

Ontem, o procurador de Bangui, Ghislain Grésenguet, anunciou a abertura de uma investigação após a descoberta de uma vala comum com cerca de 30 cadáveres. O procurador foi ao local e descobriu corpos em decomposição, todos homens e civis.
Em entrevista à Rádio França Internacional, o procurador disse que os homens foram mortos e jogados nas ruas."Alguns corpos estavam com as mãos atadas, com ferimentos graves e que nos levam a acreditar que foram torturados antes de morrerem", disse Grésenguet à RFI.
Capacetes azuis
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirma ter recolhido cerca de 60 corpos desde segunda-feira. O bispo e um imã de Bangui pedem com urgência o envio de reforços de capacetes azuis da ONU. Ontem, em um comunicado, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu para as autoridades centroafricanas colocar um fim imediato ao conflito que opõe rebeldes da Seleka e milícias armadas cristãs.
Os Estados Unidos apelam para o fim da tortura e pedem que investigações sejam feitas para julgar os responsáveis pelas graves violações aos direitos humanos.

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