terça-feira, 11 de novembro de 2014

Advogado foi expulso de boate antes de provocar acidente que matou publicitário: "ele estava procurando confusão"

Advogado foi expulso de boate antes de provocar acidente que matou publicitário: "ele estava procurando confusão"

“Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a camisa e jogando ela para cima”, contou um funcionário da boate
Priscila Natividade (priscila.natividade@redebahia.com.br)
O publicitário Daniel Paschoaliq Prata, 28 anos, morto numa colisão na Avenida ACM, no Itaigara, na madrugada de sábado, esteve horas antes no mesmo bar em que o acusado de provocar o acidente, o advogado Roberto João Starteri Sampaio Filho, 38.
Carro do publicitário foi destruído na batida(Foto: Mauro Akin Nassor)
Durante o sepultamento de Daniel, na manhã do domingo (9), no cemitério Jardim da Saudade, amigos da vítima informaram que na noite do acidente o publicitário havia saído da casa noturna Zen, no Rio Vermelho, mesmo local em que o advogado fora expulso por seguranças da casa.
Não há confirmação se os dois se encontraram no local. Funcionários da boate relataram que Roberto estava bastante alterado. “Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a camisa e jogando ela para cima”, contou um funcionário. 
Daniel Paschoaliq Prata era diretor de arte da agência Propeg (Foto: Reprodução/Facebook)
Familiares do advogado disseram que ele estava na Zen para comemorar o aniversário de um primo. Por volta das 4h, próximo ao Parque da Cidade, Daniel dirigia um Hyundai Sonata prata, acompanhado da médica cearense Luciana Lucetti, 35, quando foi atingido pela Nissan Frontier preta dirigida por Roberto, que teve apenas ferimentos leves.
Luciana sofreu um traumatismo crânio-encefálico e uma fratura na bacia. Na tarde de ontem, ela foi transferida do Hospital Geral do Estado para o Hospital São Rafael e segue em estado grave, na UTI.
Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a camisa
Funcionário de boate, sobre comportamento de advogado
Autuado em flagrante, o advogado está preso em uma cela especial, com mais duas pessoas, na sede da Polinter, nos Barris, desde a tarde de ontem. Segundo um agente da unidade, ele não recebeu visitas até a noite de ontem. Ainda no sábado, os advogados de Roberto fizeram um pedido de definição de fiança à Justiça, para que ele pudesse ser liberado.
No entanto, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça (TJ-BA), a juíza de plantão, Carla Ceará, converteu o pedido dos advogados em determinação de prisão preventiva do suspeito. Daniel era filho único da mãe, tinha duas irmãs por parte de pai e tinha se mudado para João Pessoa (PB).
Médica ficou gravemente ferida no acidente e está internada na UTI do Hospital São Rafael
(Foto: Reprodução)
Em meio aos comentários durante o velório, o clima de choque entre parentes e amigos era generalizado. “Ele sempre foi um menino muito carinhoso. Ninguém consegue entender essa tragédia”, disse uma ex-colega de escola, que preferiu não se identificar.
Para o amigo Paulo Afonso, o publicitário era “uma figura que não há palavras para descrever”. Ainda de acordo com ele, Daniel era uma pessoa bastante tranquila e, também, responsável no trânsito. 
“Um amigo nosso chamava Daniel de ‘Dai-me paciência’ por causa disso, de tão na dele que ele era. Gostava de desfilar no Sonata dele, não corria e era super cuidadoso no trânsito”, garantiu. Muito abalados, familiares da vítima não quiseram conversar com a reportagem nem antes nem após o velório.

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