Advogado foi expulso de boate antes de provocar acidente que matou publicitário: "ele estava procurando confusão"
“Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a camisa e jogando ela para cima”, contou um funcionário da boate
O publicitário Daniel Paschoaliq Prata, 28 anos, morto numa colisão na Avenida ACM, no Itaigara,
na madrugada de sábado, esteve horas antes no mesmo bar em que o
acusado de provocar o acidente, o advogado Roberto João Starteri Sampaio
Filho, 38.
Carro do publicitário foi destruído na batida(Foto: Mauro Akin Nassor)
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Durante
o sepultamento de Daniel, na manhã do domingo (9), no cemitério Jardim
da Saudade, amigos da vítima informaram que na noite do acidente o
publicitário havia saído da casa noturna Zen, no Rio Vermelho, mesmo
local em que o advogado fora expulso por seguranças da casa.
Não há confirmação se os dois se encontraram no
local. Funcionários da boate relataram que Roberto estava bastante
alterado. “Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a
camisa e jogando ela para cima”, contou um funcionário.
Daniel Paschoaliq Prata era diretor de arte da agência Propeg (Foto: Reprodução/Facebook)
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Familiares
do advogado disseram que ele estava na Zen para comemorar o aniversário
de um primo. Por volta das 4h, próximo ao Parque da Cidade, Daniel
dirigia um Hyundai Sonata prata, acompanhado da médica cearense Luciana
Lucetti, 35, quando foi atingido pela Nissan Frontier preta dirigida
por Roberto, que teve apenas ferimentos leves.
Luciana sofreu um traumatismo crânio-encefálico e
uma fratura na bacia. Na tarde de ontem, ela foi transferida do Hospital
Geral do Estado para o Hospital São Rafael e segue em estado grave, na
UTI.
Ele estava muito bêbado, procurando confusão, tirando a camisa
Funcionário de boate, sobre comportamento de advogado
Autuado
em flagrante, o advogado está preso em uma cela especial, com mais duas
pessoas, na sede da Polinter, nos Barris, desde a tarde de ontem.
Segundo um agente da unidade, ele não recebeu visitas até a noite de
ontem. Ainda no sábado, os advogados de Roberto fizeram um pedido de
definição de fiança à Justiça, para que ele pudesse ser liberado.
No entanto, segundo a assessoria do Tribunal de
Justiça (TJ-BA), a juíza de plantão, Carla Ceará, converteu o pedido dos
advogados em determinação de prisão preventiva do suspeito. Daniel era
filho único da mãe, tinha duas irmãs por parte de pai e tinha se mudado
para João Pessoa (PB).
Médica ficou gravemente ferida no acidente e está internada na UTI do Hospital São Rafael
(Foto: Reprodução) |
Em meio aos comentários durante o velório, o clima de choque entre parentes e amigos era generalizado.
“Ele sempre foi um menino muito carinhoso. Ninguém consegue entender
essa tragédia”, disse uma ex-colega de escola, que preferiu não se
identificar.
Para o amigo Paulo Afonso, o publicitário era “uma
figura que não há palavras para descrever”. Ainda de acordo com ele,
Daniel era uma pessoa bastante tranquila e, também, responsável no
trânsito.
“Um amigo nosso chamava Daniel de ‘Dai-me paciência’
por causa disso, de tão na dele que ele era. Gostava de desfilar no
Sonata dele, não corria e era super cuidadoso no trânsito”, garantiu.
Muito abalados, familiares da vítima não quiseram conversar com a
reportagem nem antes nem após o velório.
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