Homem com suspeita de ter ebola chega ao Rio de Janeiro
Paciente chegou em avião da FAB e será levado para a Fiocruz.
Ele chegou ao Brasil dia 19 de setembro e relatou febre nesta quinta (9).
O paciente está recebendo os atendimentos básicos, como a medição de temperatura e pressão, e está sob isolamento. Os médicos do instituto devem colher uma amostra de sangue ainda na manhã desta sexta para realizar testes que devem comprovar se o africano possui ou não a doença. O resultado do exame fica pronto em até 24 horas.
A amostra colhida será enviada para teste no Instituto Evandro Chagas de Belém, no Pará. Segundo assessoria, a Fiocruz é referência somente no atendimento a doenças infecciosas.
Segundo o infectologista Celso Ramos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apesar de a doença não ter sido confirmada, cuidados com o isolamento do paciente e da equipe que cuida da sua transferência são fundamentais porque a transmissão do ebola se dá, principalmente, pelo contato pessoal.
“Como é uma doença que tem uma letalidade de 50%, são necessárias precauções especiais. A ambulância está, digamos assim, envelopada. É uma ambulância que está designada pela secretaria de Saúde para isso há algum tempo. A equipe está sendo treinada diariamente e está com equipamento de proteção individual”, explicou o infectologista.
O missionário de 47 anos chegou em uma ambulância do SAMU vindo da Base Aérea do Galeão (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
O africano veio para o Brasil na condição de refugiado e, de acordo com
o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração,
ele pode permanecer no país até o dia 22 de setembro de 2015.De acordo com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, a UPA Brasília recebeu o paciente classificado como suspeito de infecção por ebola na quinta-feira (9). O homem, que chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo da Guiné, com escala em Marrocos, relatou na UPA que na quarta (8) e na manhã desta quinta teve febre.
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Até o início da noite de quinta, o africano estava subfebril e não
tinha hemorragia, vômitos ou outros sintomas e permanecia em bom estado
geral. Apesar disso, ele será mantido em isolamento total até que o
diagnóstico seja confirmado. “A doença pelo vírus ebola no começo tem
uma manifestação clínica muito inespecífica, ela pode ser qualquer
coisa, pode ser uma gripe e não dá para correr o risco”, explicou o
infectologista.O ministério da Saúde destacou que, por estar no 21º dia, limite máximo para o período de incubação da doença, o caso foi considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola. A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África.
O ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas.
Nesta sexta, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, falarão sobre o caso no Ministério da Saúde.
Profissionais
de saúde com roupa de isolamento em frente a ambulância foi
completamente isolada para o transporte, na madrugada, do paciente
Souleymane Bah, de 47 anos, em Cascavel (PR). Ele veio da Guiné, na
África, e pode ter contraído ebola (Foto: Vanderlei Faria/Futura
Press/Estadão Conteúdo)
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