segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PT, PSDB e aliados disputam 'melhor tradução' para decisão de Marina Silva

PT, PSDB e aliados disputam 'melhor tradução' para decisão de Marina Silva

Os primeiros afirmam que o projeto de Aécio Neves, senador mineiro que deve ser o nome do PSDB na sucessão ao Planalto, é o principal atingido pelo acordo

 por Agência Estado
Petistas, tucanos e seus aliados entraram numa disputa pela "melhor tradução" do anúncio da parceria entre a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Os primeiros afirmam que o projeto de Aécio Neves, senador mineiro que deve ser o nome do PSDB na sucessão ao Planalto, é o principal atingido pelo acordo. Os segundos adotaram o discurso de que a união de Marina e Campos, dois antigos aliados dos petistas, fortalecerá a oposição à presidente Dilma Rousseff
 Ao participar de evento neste domingo, 06, na zona leste da capital paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tentará a reeleição no ano que vem, afirmou ter ficado "feliz" com o acordo da ex-ministra do Meio Ambiente com o governador de Pernambuco para a disputa ao Planalto. Alckmin negou que a parceria venha a prejudicar Aécio."Estava preocupado de ela (Marina) não se filiar a nenhum partido e se autoexcluir do processo eleitoral", disse o governador, referindo-se ao fato de a Rede, partido que a ex-ministra queria criar Alckmin, ter sido rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral por falta de assinaturas de apoio. "A decisão é dela, mas eu fiquei feliz com ela ter se filiado porque isso garante a sua participação no cenário político-eleitoral do ano que vem. Fortalece a democracia."

O ex-ministro José Dirceu, ainda influente no PT apesar de condenado no julgamento do mensalão, defendeu a tese de enfraquecimento do projeto de Aécio. "Na ocasião, em abril, chamávamos atenção para o fato de a Rede enfrentar dificuldades para sua criação. E que a candidatura de Marina não atendia a estratégia da oposição. Daí a união com um candidato da oposição De qualquer forma, essa mudança do quadro eleitoral não é necessariamente contra a presidenta Dilma Rousseff e o PT. Pode ser que Aécio Neves seja o principal perdedor. Basta avaliar o novo cenário, se tudo se confirmar no final do prazo legal", escreveu Dirceu em seu blog na internet. "Mas sem dúvida a aliança Marina-Eduardo muda o quadro eleitoral de 2014", afirmou o petista.
ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), firmaram parceria (Foto: Agência Brasil)
ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), firmaram parceria (Foto: Agência Brasil)
Líder do PT na Câmara, o deputado federal cearense José Nobre Guimarães bateu na mesma tecla no Twitter. "Quem deve estar muito preocupado com essa aliança é o PSDB", escreveu o petista.
‘Zeros’
Secretário da Saúde do governo de seu irmão Cid Gomes no Ceará, o ex-ministro Ciro Gomes afirmou neste domingo que Marina e Campos são "dois zeros". "Eles não têm proposta para o Brasil. São dois zeros. O Brasil precisa de reflexão. O debate que está aí é alienado. Exceto Dilma (Rousseff), quais dos pré-candidatos têm propostas? O que Marina entende de economia? O Brasil tem jeito e para cada desafio tem quatro soluções, mas os candidatos não têm essas soluções. Não têm plano", afirmou Ciro, que até a semana passada integrava o PSB do governador de Pernambuco. Agora, ele está filiado ao recém-criado PROS.
Ciro defende a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ele é um dos cotados para ajudar na coordenação da campanha da petista no Nordeste.

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