O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, foi hoje recebido na ilha de Lampedusa, juntamente com o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, com insultos e gritos de «vergonha» e «assassinos».
Uma pequena multidão exibindo fotografias de refugiados africanos esperava os dois na ilha, onde Barroso se deslocou a convite do primeiro-ministro para homenagear as vítimas do naufrágio da semana passada, cujo balanço ascende já a perto de 300 mortos.Barroso vai também apresentar um plano com que Bruxelas pretende reforçar a vigilância no Mediterrâneo.
A comitiva foi insultada até chegar ao local onde se encontram os corpos de 289 mortos no naufrágio, que foi o primeiro ponto da visita.
A presidente da câmara, Giusi Nicolini, considerou que esta visita era «indispensável» para os responsáveis europeus e italianos verem a «imensa tragédia» que ali se vive.
«Penso que os governantes italianos deviam pedir desculpas às crianças e aos sobreviventes pela forma como o nosso país trabalha. Só depois poderemos exigir que a Europa cumpra as suas responsabilidades», disse Nicolini, citada pela ANSA.
O centro de acolhimento dos sobreviventes está superlotado e lamacento devido à chuva dos últimos dias. Os imigrantes têm exigido ser transferidos para lugares com melhores condições, mas o Governo italiano tem-nos mantido na ilha.
A seguir à visita a Lampedusa, Durão Barroso deverá reunir-se na base aeronáutica da guarda civil em Môle Favarolo com responsáveis da guarda-costeira, que, por lei, não pode ajudar, levando para bordo, por exemplo, imigrantes em dificuldades, e comrepresentantes de organizações não-governamentais e um grupo de refugiados sírios.
A comissária Malmström vai defender que a UE deve iniciar uma vasta operação de «segurança e salvamento» no Mediterrâneo, como os Estados-membros a fornecer navios e aviões e a garantirem os fundos que serão necessários.
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