quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Agricultura familiar é uma chave para a erradicação da pobreza, diz representante da FAO no Brasil

Agricultura familiar é uma chave para a erradicação da pobreza, diz representante da FAO no Brasil

Nove em cada dez fazendas são administradas por famílias 

Do R7*
A FAO lembra ainda que o grande desafio é produzir sem destruir Thinkstock
Um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (16) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) mostrou que as mais de 500 milhões de propriedades de agricultura familiar do mundo podem gerar alimento para milhares de pessoas, sendo uma das principais chaves da erradicação da fome global.
Em entrevista ao R7, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, disse que a proposta da FAO para este próximo ano, com o tema Agricultura Familitar, Alimentar o Mundo, Cuidar do Planeta, é deixar claro que a agricultura familiar é uma das ferramentas para o combate à fome.
"O tema foi feito pensando exatamente na erradicação da fome".
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— Temos milhões de pessoas vivendo em uma situação de insegurança alimentar no mundo e precisamos de políticas de incentivo e de proteção social para facilitar o acesso aos alimentos.
De acordo com o relatório, que marca a comemoração do Dia Mundial da Alimentação, a agricultura familiar produz até 80% dos alimentos do mundo e detém cerca de 75% de todos os recursos agrícolas. Isso significa que é um agente de mudança na busca pela segurança alimentar e erradicação da fome.
Em setembro, a ONU anunciou que uma em cada nove pessoas ainda está subnutrida e cerca de 840 milhões permanece com fome crônica, já que não se alimenta de forma adequada.
Bojanic alerta que, apesar da agricultura familiar ser uma resposta para a fome, deve ser feita de forma sustentável. "O grande desafio é produzir sem destruir. A ideia é usar a tecnologia, as boas práticas agrícolas para produzir mais alimentos, intensificar a produção, mas de uma maneira sustentável, sem agrotóxicos, sem desmatamento".
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A FAO propõe ações positivas que criem ligações entra a produção da agricultura familiar com a população. O fornecimento de refeições escolares é uma das medidas que podem ser adotadas.
Apesar dos altos índices, Bojanic lembra que ainda há um sério problema de divisões de terras em alguns países, o que dificulta o desenvolvimento da agricultura familiar. "É fundamental que os países adotem essas diretrizes voluntárias sobre a posse e governância da terra, para que haja melhor distribuição".

Ele ainda lembra que as mudanças climáticas podem alterar o ciclo de produção agrícola. "As mudanças são ameaças reais, e é extramemente importante fazer bom uso da água e recursos naturais". Bojanic disse que a FAO já vem pensando em novas medidas de adaptação da agricultura às mudanças climáticas.
* Bruna Vichi, estagiária do R7

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