sábado, 23 de fevereiro de 2013

Gil Rugai é condenado a 33 anos e nove meses de prisão pela morte do pai e da madrasta


22/2/2013 19:14
Por Redação - de São Paulo

O julgamento de Gil Rugai, em seu quinto dia, chega ao fim
O julgamento de Gil Rugai entra no seu quinto diaO ex-seminarista Gil Rugai foi condenado nesta sexta-feira a 33 anos e nove meses de prisão no processo em que foi acusado de matar o pai e madrasta a tiros em março de 2004. O julgamento do réu durou cinco dias no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
Sete jurados decidiram sobre a condenação de Gil Rugai. Apenas os votos de cinco deles, porém, foram lidos, ficando em um placar de 4 votos pela condenação e 1 pela absolvição. Os demais votos não foram lidos porque a condenação já tinha sido determinada pela maioria deles.
Pouco antes do júri se reunir, os advogados ainda debateram alguns pontos decisivos para o julgamento. Os registros telefônicos do aparelho celular do estudante dias antes dos assassinatos foram motivo de controvérsia entre a acusação e defesa. Recorrendo a estes registros telefônicos, os advogados de defesa apontaram um ex-funcionário da produtora de Luiz Rugai, a Referência Filmes, como um dos suspeitos que deveria ter sido investigado pela polícia na época do crime. De acordo com o advogado Marcelo Feller, além de ter a chave da empresa, o ex-funcionário cobrava na Justiça trabalhista uma dívida de R$ 600 mil de Luiz Rugai na época. Para Feller, o funcionário mentiu ao relatar uma suposta briga do pai com o filho.
Os registros indicariam, no entender da defesa, que Gil Rugai manteve contatos por telefone com pai desde a terça-feira anterior à data do crime, ficando demonstrado que os dois não brigaram e muito menos que Luiz Carlos teria expulso o filho de casa após descobrir desfalques na empresa por parte de Gil Rugai.
- O que se provou aqui é que o inquérito nasce contra o Gil exatamente por que um funcionário da empresa vai à polícia e aponta que na terça-feira anterior o Gil e o pai teriam se trancado em uma sala da empresa Referência, conversado, brigado por quatro horas, das 7h da noite às 23h e que, depois dessa briga, o Gil teria sido expulso de casa pelo pai e vai então cortar relações com o Gil. O pai então teria descoberto um desvio de dinheiro e por isso expulsa o filho de casa. O que ficou demonstrado é que isso é mentira, mentira comprovada documentalmente. Primeiro, porque entre as 7h e às 23h da noite, o Gil faz diversas ligações para diversas pessoas com Erbs, é a antena que o celular está usando no momento, então dá aproximadamente a região onde ele estaria. E mais, entre as 7h e 23h da noite, o Gil e o pai se falaram por telefone. Então pergunto: estavam os dois trancados em uma sala, cada um com seu celular, falando um com o outro pelo celular? Com Erbs diferentes? Impossível – afirmou.
Ainda de acordo com informações do portal G1, durante o seu interrogatório, Gil Rugai alegou que sequer foi à produtora do pai, que fica em Perdizes, naquele dia. “Eu não briguei com meu pai na terça-feira”, disse Gil. “Não participei de nenhuma reunião. Fui jantar com o meu pai no América da Avenida Paulista.”
Para o promotor Rogério Leão Zagallo, os registros telefônicos não provam absolutamente nada. “Gil Rugai, em outro depoimento, fala que esteve na Referência naquela noite. Fala que esteve com o pai na Referência e que a conversa que teria se iniciado lá no restaurante se prolongou até a casa e continuou naquela residência. Então, ele mentiu aqui. Faltou com a verdade aqui. Aquelas Erbs não dizem absolutamente nada”, declarou.
Em suas primeiras respostas, Gil Rugai negou diante do juiz ter cometido o assassinato de seu pai, Luís Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra Troitino. “Não fui eu, agora quem foi eu não sei”, disse. Ele também afirmou que nunca teve arma de verdade e que apenas encostou nelas em duas ocasiões: teve contato com uma espingarda de seu pai e também com a arma de seu instrutor quando fez um curso de tiro.
Ela disse que o relacionamento com o pai era normal. “Não havia nenhuma animosidade”, declarou. Afirmou ainda que já tinha sido demitido dez vezes da Referência Filmes, onde cuidava da contabilidade. Em janeiro de 2004, meses antes do crime, ele afirma ter se desligado por conta própria, mas continuou administrando as finanças pessoais do pai.
Gil é acusado de matar o pai e a madrasta com 11 tiros, na residência em que morava na Rua Atibaia, em Perdizes, na Zona Oeste da cidade. No mesmo processo pelo homicídio, Gil responde ainda a acusação de ter dado um desfalque de mais de R$ 25 mil, em valores da época, à empresa do pai, razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da ‘Referência Filmes’.
A previsão do juiz Adilson Paukoski Simoni é que o julgamento termine nesta sexta-feira. Caberá a sete jurados cinco homens e duas mulheres, escolhidos por sorteio decidirem se Gil Rugai matou ou não o pai e a madrasta. O réu, que atualmente tem 29 anos de idade, responde ao processo em liberdade, mas já chegou a ficar preso por dois anos.

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