Kobane mais perto de sucumbir ao Estado Islâmico. Coligação diz que pouco mais pode fazer
Jihadistas vão ganhando terreno às portas da fronteira
com a Turqua. EUA e aliados continuam as operações aéreas mas queixam-se
de falta de apoio no terreno.
Os EUA e o Reino Unido avisaram que os ataques aéreos
por si só não serão suficientes para impedir que o Estado Islâmico (EI)
assuma o controlo da cidade síria de Kobane. O porta-voz do Pentágono, o
contra-almirante John Kirby, e o ministro dos Negócios Estrangeiros
britânico, Philip Hammond, alertaram para as limitações das operações
aéreas naquele país.
Os EUA e os seus aliados estão "a fazer tudo o que
podem ao nível aéreo", avisou Kirby, "mas os ataques aéreos não serão
suficientes para salvar a cidade de Kobane".
Estas dificuldades encontram eco no que vai acontecendo
no terreno. Há notícias que dão conta que os combatentes do EI
conseguiram entrar noutros dois distritos de Kobane durante a madrugada
de quinta-feira, segundo informou um líder curdo.
O Pentágono espera que sejam os rebeldes sírios e as
tropas iraquianas a derrotar eficazmente os militantes da Jihad
Islâmica, mas isso levará tempo. "Não temos um parceiro no terreno, no
interior da Síria, que esteja disponível, que seja capaz ou eficaz",
acrescentou Kirby, deixando um aviso de que outras cidades sírias
poderão cair nas mãos do EI.
Estado Islâmico mais "hábil"
O ministro britânico Philip Hammond corroborou a ideia de que o uso de força por meio aéreo nunca foi garantia de que o conflito pudesse "mudar de rumo a curto prazo".
O ministro britânico Philip Hammond corroborou a ideia de que o uso de força por meio aéreo nunca foi garantia de que o conflito pudesse "mudar de rumo a curto prazo".
A complicar a tarefa da coligação está o facto de o
Estado Islâmico ser cada vez mais "hábil". "Eles não agitam bandeiras,
nem se deslocam em caravanas como faziam anteriormente", referiu o
general Martin Dempsey, porta-voz da Defesa norte-americana. O Estado
Islâmico também já "não instala sedes que sejam visíveis ou possam ser
identificadas", explicou Dempsey.
Os jihadistas do Estado Islâmico tentam, há três
semanas, controlar a cidade estratégica de Kobane, que lhes poderá
garantir o controlo absoluto de uma longa faixa ao longo da fronteira
entre a Síria e a Turquia. Os confrontos entre forças aliadas e
jihadistas pelo controlo de Kobane fizeram, até ao momento, 400 mortos e
mais 160 mil deslocados sírios, que fugiram para a vizinha Turquia.
Zona tampão
A Turquia sugeriu a criação de uma zona tampão junto à fronteira turca, do lado sírio - reforçada por uma zona de exclusão aérea -, para garantir a segurança e aliviar o fluxo de refugiados sírios. A ideia conta com o apoio da França, mas não com o de Washington, que afirmou que a discussão da proposta "não está a sequer em cima da mesa".
A Turquia sugeriu a criação de uma zona tampão junto à fronteira turca, do lado sírio - reforçada por uma zona de exclusão aérea -, para garantir a segurança e aliviar o fluxo de refugiados sírios. A ideia conta com o apoio da França, mas não com o de Washington, que afirmou que a discussão da proposta "não está a sequer em cima da mesa".
Representantes do Presidente Obama e o secretário-geral
da NATO, Jens Stoltenberg, estão em Ancara para discutir com o
Presidente Recep Tayyp Erdongan uma possível intervenção turca no
conflito. O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu,
disse esta quinta-feira em conferência de imprensa que "não é realista
esperar que a Turquia conduza uma operação no terreno por sua conta".
"Estamos em conversações. Quando for tomada uma decisão
comum, a Turquia não deixará de desempenhar o seu papel", assegurou o
diplomata turco. A Turquia tem estado sob intensa pressão para
intensificar a ajuda às forças curdas que combatem o EI na cidade síria
de Kobane.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/kobane-mais-perto-de-sucumbir-ao-estado-islamico-coligacao-diz-que-pouco-mais-pode-fazer=f892937#ixzz3FfTuS9gE
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