ADOLESCENTE
DE 14 ANOS ESTUPRA E MATA CRIANÇA EM ITAITUBA
Já está sob
custódia da Polícia Civil um adolescente de 14 anos que confessou ter abusado
sexualmente e, em seguida, assassinado uma criança de apenas oito anos de
idade. Camila Sousa Silva foi morta por asfixia dentro do quarto onde dormia
junto com a irmã, de quatro anos.
Segundo
informações da Polícia Civil, o padrasto da criança, Raimundo Nonato de Sousa,
acordou, por volta das 02h da madrugada de domingo ao ouvir ruídos dentro da
casa. “Ele relatou que foi até o quarto da menina e percebeu que havia alguém
lá, só que a pessoa estava armada de uma faca e ele não tinha certeza do que
estava acontecendo.
Neste caso,
houve uma prática de omissão e, por isso, decidimos pela detenção do padrasto
para averiguação”, disse o delegado José Dias Bezerra, que preside o inquérito.
Perseguição
e Prisão – As investigações em torno do assassinato da pequena Camila Sousa
foram iniciadas de imediato, sob a coordenação do major Osvaldo Lourinho
Junior, comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM). Policiais do Serviço
Reservado montaram uma operação, a partir de alguns indícios, tais como um
jovem que morava em frente à casa da menina ter sido visto por seguidas vezes
rondando a residência da família da menor.
Os policiais
foram até os irmãos do adolescente e tomaram conhecimento de que estavam
ingerindo bebida alcoólica juntos, quando, em dado momento, o menor,
identificado pelo apelido “Zequi”, de 14 anos, retirou-se do local. Os irmãos
disseram que “Zequi” saiu do local com uma faca na cintura e só retornou quase
às 03h. Esse foi um detalhe importante.
No quarto,
onde foi encontrado o corpo da criança, também estava uma faca, que, logo
depois, foi reconhecida pelos irmãos de “Zequi”, que, a partir dali, já era o
principal suspeito. A arma foi encaminhada para perícia. Também foi informado
de que o adolescente planejava ir para a comunidade de Pantanal de Areia, zona
rural de Itaituba, onde os irmãos pretendiam fazer um trabalho.
Com esses
dados em mãos, dois policiais militares disfarçados iniciaram as buscas e, por
volta das 21h de domingo, o adolescente foi localizado, escondido em um
barraco. Para chegar até o barraco, os policiais tiveram muito trabalho, já que
o local é de difícil acesso. Ao ser abordado, o acusado não reagiu e se
entregou.
Logo depois, confessou para a polícia que
havia assassinado a criança. “Eu fui lá por causa da menina mesmo, mas não pra
matar”, disse o adolescente. “Quando cheguei, a primeira que eu vi foi a menor,
mas, depois, eu vi a Camila e ‘fiz’”, complementou.
Com riqueza
de detalhes, o delinquente confessou que dominou a criança, enquanto forçava a
outra a não esboçar nenhum ruído. Ele usou a camisa para tampar a boca da
vítima, que morreu vítima de asfixia. “Zequi” também confessou, friamente, que
abusou sexualmente da criança, quando esta já estava sem vida.
Percebendo
que havia matado a criança, o indivíduo fugiu pela janela do quarto. À polícia,
o delinquente confessou que o interesse dele era, de fato, por satisfazer-se
sexualmente com a menina de oito anos. E, ao deparar com a irmãzinha dela, de
quatro anos, chegou a cortar a calcinha da criança, mas, em seguida, viu a
outra e partiu em sua direção. Quanto ao padrasto, ele reconheceu que o homem
chegou a vê-lo, mas nada fez. “Ele ficou me olhando por um tempinho, depois saiu.
Só depois foi que ele chamou a mãe da menina”, disse “Zequi”.
O crime
chocou até mesmo os policiais, que também se esforçaram em manter a detenção do
adolescente em sigilo, até por uma questão de resguardar a integridade do
acusado, que poderia ser vítima da fúria popular. Dominado, o adolescente
confessou por várias vezes; disse que estava bebendo com os irmãos quando
decidiu ir até a casa da criança, que já vinha observando há alguns dias.
Com a
confissão oficializada, os policiais fizeram a apresentação, em uma pronta
resposta depois de uma cuidadosa e cansativa investigação. Para a polícia, já
não há dúvidas quanto à autoria do assassinato. O padrasto, que teria visto a
cena, mas não se preocupou em evitar o pior, foi chamado para depor, e será enquadrado
por omissão.
Quanto ao
menor, após confessar, ele foi submetido a procedimento especial acompanhado
pelo Conselho Tutelar, que também que o padrasto fosse responsabilizado. De
acordo com o procedimento, será solicitada a transferência do acusado para
Santarém, onde ele será recolhido à casa de custódia e submetido a medidas
socioeducativas, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O
sepultamento da criança aconteceu na manhã de ontem, sob manifestações de
protesto, comoção e dor de familiares e amigos.
Postado por
Evandro Corrêa
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