terça-feira, 1 de outubro de 2013
Em dia de tumultos, Câmara aprova plano de cargos e salários do magistério do RJ
Nove vereadores de oposição, que saíram da sessão no plenário quando começou um tumulto do lado de fora da Câmara, não votaram. São eles: Renato Cinco (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Verônica Costa (PR), Jefferson Moura (PSOL), Brizola Neto (PDT), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Marcio Garcia (PR) e Teresa Bergher (PSDB).
Os vereadores de oposição disseram que vão à Justiça pedir a anulação da votação, alegando que, pelo regimento da casa, a sessão foi secreta porque não havia presença da população no plenário, cujo acesso foi bloqueado por segurança. A informação foi de Teresa Bergher (PSDB) e Jefferson Moura (PSOL). Do lado de fora, muitas bombas seguiam estourando.
Indignado, o vereador de oposição Brizola Neto (PDT) chegou a subir na mesa para impedir a votação em segunda discussão. Ele tentou sentar na cadeira do presidente da casa, Jorge Felippe. Seguranças tentaram retirá-lo, e a sessão foi interrompida.
Mais um dia de caos e violência nas ruas do Centro do Rio
A manifestação dos professores em frente à Câmara do Rio, durante a votação do plano de Cargos e Salários dos profissionais da rede municipal, acabou com novo confronto entre educadores, black blocs e Polícia Militar no Centro da cidade. Um grupo de black blocs infiltrado no protesto começou a confusão na porta da Câmara, no momento em que os professores cantavam e gritavam palavras de ordem para os vereadores que participavam da votação. Os "mascarados" forçaram a porta da casa e tentaram quebrar as janelas arremessando pedras e pedaços de madeira. O Choque reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha.
Houve uma grande correria na Cinelândia e os professores tentaram se refugiar em ruas do Centro, enquanto a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE), Marta Morais, pedia calma e também para os black blocs se retirarem do ato da categoria, que era pacífico até o momento, apesar do clima de tensão. Vinte pessoas foram detidas pelos policiais, sob alegação de arruaça, agressões à PM e depredação do patrimônio público e privado. Todos os presos são integrantes do grupo black blocs.
No plenário, o vereador Brizola Neto pediu para suspender a sessão por medida de segurança, após ouvir os barulhos de bombas de efeito moral do lado de fora da Câmara. O confronto começou na rua que fica ao lado da casa, a Alcindo Guanabara, e os professores foram dispersados com bombas de efeito moral jogadas pelo Choque. A tropa avançou para as escadarias da Câmara e retirou os professores que estavam protestando no local, novas bombas foram jogadas na direção dos educadores. O grupo de black bloc iniciou uma correria na Cinelândia, arremessando pedras e objetos na direção dos policiais militares e da imprensa. A PM ocupou as ruas próximas à Câmara dispersando os grupos que fugiram da área de conflito.
O Metrô fechou todos os acessos da Estação Cinelândia causa da confusão, e na Estação Carioca só o acesso Rio Branco ficou aberto. O trio elétrico dos professores foi atingido por bombas de efeito moral e gás da PM, sendo obrigado a sair do local de manifestação. A equipe do SEPE que estava no trio passou mal e algumas pessoas tiveram que ser atendidas por socorristas. O Centro de Operações Rio registrou a interdição de várias ruas do Centro, que ficaram tomadas por protestantes. Os manifestantes mascarados continuaram o confronto com a PM no entorno da Cinelândia, promovendo atos de vandalismo e depredando vários patrimônios da cidade.
Cerca de 60 carros do Batalhão de Choque e mais de 700 policiais cercaram a Câmara e houve vários confrontos enquanto a votação seguia no plenário. O vendedor ambulante Henrique José, de 38 anos, estava passando pela Avenida Rio Branco na hora do tumulto e foi atingido por um tiro de bala de borracha. "O policial olhou para mim e atirou à queima roupa. Poxa, ele viu que não era manifestante e nem estou mascarado", reclamou a vítima.
Prefeitura divulga nota sobre aprovação do plano
A Prefeitura do Rio divulgou nota oficial sobre a aprovação do plano de cargos e salários do magistério. Confira a nota:
"O Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) aprovado nesta terça-feira (01/10) pela Câmara de Vereadores do Rio é uma vitória para os servidores da Secretaria Municipal de Educação e um passo definitivo para consolidar o ensino público do Rio de Janeiro como o melhor do Brasil. O Plano garante, de imediato, um reajuste salarial de 15,3% para todos os profissionais da Educação e corrige injustiças históricas, com ações como a equiparação entre professores de nível I e II, igualando o valor da hora aula.
A Prefeitura do Rio esclarece que desde o início da greve, em agosto, reuniu-se com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) dez vezes, três com a presença do prefeito Eduardo Paes, e cumpriu e vem cumprindo com todos os pontos acordados com a categoria. O primeiro item do primeiro acordo exigia o envio do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) para a Câmara em 30 dias, o que ocorreu no dia 17 de setembro.
Vereadores da base aliada e da oposição apresentaram 31 emendas ao texto original, já aprovadas pelo prefeito, o que representa um impacto de R$3 bilhões para o governo municipal nos próximos cinco anos. A prefeitura reitera, mais uma vez, o seu apelo para que os professores que aderiram à greve retornem às aulas o mais breve possível, de forma que os alunos da rede municipal não sejam ainda mais prejudicados".
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