domingo, 2 de junho de 2013

Rebeldes sírios combatem Hezbollah no Líbano

Soldados libaneses inspecionam local atingido por ataques vindos da Síria.
REUTERS/Stringer

RFI
Soldados libaneses inspecionam local atingido por ataques vindos da Síria.Vários combatentes foram mortos durante uma noite de conflitos entre homens do Hezbollah e forças rebeldes sírias em uma região do Líbano que faz fronteira com a Síria, informaram fontes da área de segurança libanesa neste domingo. Enquanto isso, impasse político pode adiar conferência sobre negociações de paz na Síria para julho.

Uma fonte afirmou que 15 rebeldes sírios foram mortos em combates ao leste da cidade de Baalbek, no Vale do Bekaa, no Líbano, mas o número exato de mortos ainda não foi determinado. O local fica em uma região remota na fronteira entre os dois países. A mesma fonte disse que um combatente do Hezbollah também morreu.
O conflito sírio, que já dura dois anos, está cada vez mais atingindo o vizinho Líbano, gerando confrontos na cidade de Trípoli, ao mesmo tempo que foguetes alcançam o Vale do Bekaa e Beirute.
Combatentes do xiita Hezbollah, que dá apoio ao presidente Bashar al-Assad, lutam junto com o Exército sírio para expulsar os rebeldes da cidade fronteiriça síria de Quseir. Sunitas libaneses, por sua vez, se juntaram à revolta contra Assad no local.
Os últimos combates aconteceram perto de Ain el-Jaouze, um pedaço de território libanês que adentra o território sírio. As fontes disseram que os rebeldes podem ter sofrido uma emboscada quando preparavam foguetes para serem disparados contra o Vale do Bekaa.
Os rebeldes têm dito que farão ataques dentro do Líbano como resposta ao apoio do Hezbollah ao ataque de Assad em Quseir, ponto estratégico dos rebeldes para o fornecimento de armas e para receber combatentes vindos do Líbano. No sábado, a Organização das Nações Unidas disse que até 1,5 mil feridos podem estar em Quseir, sem poder sair do lugar, e alertou que os dois lados serão considerados responsáveis pelo sofrimento de civis.
Mas diplomatas do Conselho de Segurança afirmaram que a Rússia, a mais poderosa aliada do regime sírio, bloqueou uma declaração do conselho pelo cerco de duas semanas a Quseir. Os russos teriam argumentado que o nada foi feito quando a cidade foi tomada pelos combatentes anti-Assad.
O esboço da declaração também cobrava que forças leais a Assad e os rebeldes que tentam derrubá-lo façam o máximo para evitar baixas entre civis. Havia ainda um apelo para que o governo de Assad permita o acesso pleno de agências humanitárias no local. O bloqueio de Moscou mostra a divisão entra a Rússia e as potências ocidentais sobre a guerra na Síria, apesar dos esforços conjuntos de norte-americanos e russos para organizar uma conferência de paz.
O ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, sugeriu neste domingo que a conferência sobre a Síria poderia ocorrer em julho. Ele disse que o governo sírio e a oposição precisam estar presentes para o que ele chamou de "a última chance" para uma solução negociada. "Não é somente sentar à mesa e então ver o que vamos discutir. Precisa ser preparado. Por isso que estou dizendo que julho seria conveniente", afirmou Fabius.
Combates
Um atentado com carro-bomba deixou pelo menos nove policiais mortos na capital da Síria, na manhã deste domingo. A explosão de um carro carregado com bombas atingiu o bairro de Jobar, no leste de Damasco, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, uma entidade opositora com sede em Londres).
"Pelo menos nove membros das forças do regime morreram após uma forte explosão provocada por um carro-bomba perto de uma delegacia de polícia", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Em Quseir, depois de receberem reforços, as tropas regulares apoiadas por combatentes do Hezbollah ampliavam o cerco ao redor dos rebeldes, que agora estão limitados ao norte desta cidade próxima à fronteira com o Líbano. Enquanto isso, em Homs ao menos 28 rebeldes morreram em combates com as forças regulares.
Neste domingo, em Roma, o papa Francisco pediu para a multidão reunida na Praça de São Pedro orar "pela bem-amada Síria" e apelou para a "humanidade" dos sequestradores do país para que libertem os reféns, sem citar nenhum caso específico.

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