Em gravação em inglês, brasileira lista razões pelas quais não irá a torneio.
Ela diz que filmou antes dos protestos e está surpresa com a repercussão.
A brasileira Carla Dauden no vídeo que gravou dizendo por que não vai à Copa do Mundo (Foto: Carla Dauden/Divulgação)
“Oi, meu nome é Carla, sou brasileira e estou aqui para te falar por
que eu não vou à Copa do Mundo.” Com um vídeo que começa assim, gravado
em inglês e com legenda em português, a cineasta Carla Dauden, de 23
anos, virou sucesso na internet (veja aqui).No vídeo de 6 minutos e 10 segundos, postado nesta segunda-feira (17), Carla, que mora nos Estados Unidos, expõe os custos da preparação da Copa do Mundo no Brasil e questiona se esses gastos não poderiam ser direcionados para outras prioridades, como saúde e educação.
A brasileira Carla Dauden
(Foto: Carla Dauden/Divulgação)
Em menos de 48 horas, o vídeo já sido visto por quase 770 mil pessoas e curtido por mais de 26 mil.(Foto: Carla Dauden/Divulgação)
Desde então, o telefone dela não parou de tocar, com ligações de meios de comunicação da Inglaterra, da Irlanda, do Canadá, da Bélgica e da Colômbia, entre outros países. “Fiquei muito surpresa. Não durmo há dois dias. Já estou ficando maluca”, disse ao G1, por telefone.
Ela afirma, no entanto, que tem sido mal-interpretada porque seu objetivo não era promover um boicote à Copa. “Tinha a intenção de dar a informação, de contar o que está acontecendo para as pessoas que ainda têm aquela imagem ‘fake’ do Brasil, de que é o país do samba, das mulatas, do futebol. A questão de se as pessoas querem ir ou não é opção delas. Não tenho respostas pra tudo, não sou ativista, não sou de nenhuma organização.”
Antes dos protestos
Carla, que é paulistana e trabalha como diretora e roteirista de cinema na Califórnia, afirma que o vídeo começou a ser feito antes dos protestos que estão tomando o país desde a semana passada, mas acredita que a repercussão tem a ver com eles.
“O ‘timing’ foi muito bom. Estamos em um momento em que as pessoas se importam, estão ativas politicamente”, contou ela, que participou de um protesto em frente à Embaixada do Brasil na cidade onde mora, em apoio às manifestações em território brasileiro.
Ela começou a filmar há cerca de três semanas, gravou o vídeo em uma noite e editou em um fim de semana. “Só queria chamar a atenção para esses problemas e criar uma discussão. Espero usar essa repercussão para coisas boas”, afirma.
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