quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O porquê de mais um massacre no Egito


As forças de segurança egípcias dispersaram pela força duas manifestações que exigiam a reinstalação no poder do Presidente islamita deposto pelos militares.
Margarida Mota
 
Indiferentes às ordens de dispersão do Governo, as vigílias pró-Morsi eram o sintoma visível da grande divisão política no Egito: de um lado a Irmandade Muçulmana, do outro a oposição, sobretudo sectores laicos e revolucionários
Indiferentes às ordens de dispersão do Governo, as vigílias pró-Morsi eram o sintoma visível da grande divisão política no Egito: de um lado a Irmandade Muçulmana, do outro a oposição, sobretudo sectores laicos e revolucionários
Asmaa Waguih/Reuters
Mohamed Morsi, o Presidente eleito após a deposição de Hosni Mubarak, foi afastado pelos militares no passado dia 3 de julho. Desde então, milhares de apoiantes - maioritariamente adeptos da Irmandade Muçulmana, de que Morsi era dirigente - não mais abandonaram as ruas do Cairo, denunciando o golpe militar e exigindo a restituição no cargo de Mohamed Morsi, que permanece detido em sítio desconhecido.
Os manifestantes pró-Morsi concentraram-se, em permanência, com tendas montadas, em duas praças do Cairo. Uma mais pequena, junto à Universidade do Cairo, em Giza; a mais aparatosa, junto à mesquita Rabaa al-Adawiya, na área de Nasr City.
Indiferentes às ordens de dispersão do Governo, as duas vigílias eram o sintoma visível da grande divisão política no Egito: de um lado, a Irmandade Muçulmana, vencedora de todas as eleições pós-Mubarak; do outro, a oposição, sobretudo setores laicos e revolucionários.

Esperar ou dispersar?


A situação tinha duas soluções possíveis: a dispersão das manifestações pela força, com consequências previsivelmente sangrentas; ou esperar que as manifestações se eternizassem e fossem vencidas pelo cansaço.
A 31 de julho, o Governo interino, empossado após o golpe militar, decretou que as duas manifestações eram uma "ameaça à segurança nacional" e anunciou que tinha começado a tomar "todas as medidas necessárias" para resolver a situação.
O General Abdel Fattah el Sisi, simultaneamente chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa, afirmou que estava mandatado para combater "terroristas". A dispersão pela força passou a ser uma questão de tempo.

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