Mais de um milhão de refugiados e migrantes chegaram este ano à Europa
Quase metade das chegadas irregulares pelo mar e terra são sírios
que fogem da guerra civil no seu país. Morreram quase 3700 pessoas na
travessia pelo Mediterrâneo.
O número de pessoas que chegaram
este ano por rotas irregulares à União Europeia ultrapassou esta semana a
marca simbólica do um milhão de pessoas, segundo anunciou esta
terça-feira a Organização Internacional para a Migração (IOM). A maioria
são sírios, iraquianos e afegãos, em busca de asilo em face da guerra e
perseguição. O valor com seis dígitos – 1.005.504 pessoas –, registado dia 21 de Dezembro, inclui chegadas por terra e mar e é sensivelmente quatro vezes maior que o número de todo o ano de 2014. Pelos cálculos da IOM, a esmagadora maioria das viagens fazem-se pelo Mediterrâneo. Só à Grécia chegaram mais de 816 mil pessoas desde Janeiro.
A agência conta 3695 pessoas afogadas ou desaparecidas. A rota entre o Norte de África e Itália é de longe a mais perigosa, apesar de não ser a mais popular. Morreram 2889 pessoas nesta travessia, por contraste com as mais de 700 que se afogaram no Egeu, entre Turquia e Grécia.
A mesma fonte conta seis pontos de entrada na União Europeia: Grécia, Itália, Espanha, Bulgária, Malta e Chipre. As passagens terrestres, todavia, são quase insignificantes. Só 3,5% das chegadas à Europa se fizeram por terra para Grécia e Bulgária, vindos da Turquia.
Quase metade de todos os que chegaram este ano à Europa tem nacionalidade síria, ou foram assim registados pelas autoridades e agências de segurança. A IOM conta 455 mil requerentes de asilo sírios, a quem Bruxelas e os países mais acolhedores na Europa – destaque para a Alemanha – se comprometem a acolher temporariamente.
Mas o mesmo não acontece com os mais de 186 mil afegãos que a organização contou este ano, um quinto de todas as entradas e o segundo país de onde chegam mais pessoas por rotas irregulares.
Bruxelas tenta conter o fluxo de refugiados sírios que partem da Turquia e, para isso, comprometeu-se já a relançar o processo de candidatura de Ancara à comunidade europeia e a pagar 3000 milhões de euros em ajudas para os campos de asilo no país. Só na Turquia vivem perto de 2,2 milhões de refugiados sírios fugidos da guerra, embora a grande maioria não esteja em campos de refugiados e não tenha autorização de trabalho.
Comparando a distribuição de sírios por países no Médio Oriente com a chegada de menos de 500 mil pessoas à Europa este ano: no pequeno Líbano, que tem menos de 4,5 milhões de habitantes, vivem mais de um milhão de sírios, que hoje representam uma em cada cinco pessoas no país. Na Jordânia (perto de 6,5 milhões de habitantes) há mais de 630 mil refugiados sírios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário