Chico Mendes é homenageado por doodle do Google
Ativista símbolo da preservação da Amazônia completaria 71 anos nesta terça-feira (15)
O tradicional logo do Google deu lugar, nesta terça-feira (15), a uma
ilustração de um homem retirando seiva de árvores. Os cortes formam a
palavra “Google” e, assim, o doodle lembra o aniversário do ativista
Chico Mendes, que estaria completando 71 anos.
O sindicalista morreu em uma emboscada uma semana após seu aniversário
de 44 anos, em sua casa, em Xapuri (AC), no dia 22 de dezembro de 1988. O
assassinato foi encomendado pelo fazendeiro Darly Alves.
Francisco Alves Mendes Filho levantou a ira de muitos e se tornou
símbolo reconhecido mundialmente por defender seringueiros, atraídos
pelo “ouro branco” no final do século XIX, e por lutar pela preservação
da Amazônia. Seu ativismo foi importante em meio ao fim do apogeu da
borracha, quando os trabalhadores precisaram lutar para permanecer em
suas terras, que acabaram sendo vendidas pelos fazendeiros.
Os governos militares, nos anos 1970, incentivaram a ocupação da
Amazônia por produtores rurais do Sul iniciando, assim, uma especulação
fundiária que acabou por derrubar grandes áreas verdes para dar espaço
ao plantio de soja, criação de gado e exploração de madeira.
Como protesto, o seringueiro Wilson Pinheiro, que presidiu o Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Brasileia, idealizou os “empates”, protesto
pacífico que consistia em bloquear a derrubada da mata se colocando a
frente dos peões contratados pelos fazendeiros. O ativista foi
assassinado em 1980, mas Chico Mendes continuou a dar força para
os “empates”. Porém, a resistência contra os interesses dos grandes
latifundiários tornou as mortes de sindicalistas cada vez mais
frequentes.
Mendes assumiu a secretaria-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Brasileia em 1975, ajudou a fundar o sindicato dos trabalhadores
rurais de Xapuí em 1977 e virou também liderança reconhecida
mundialmente. Em 1988, o ativista já recebia diversas ameaças de morte e
chegou a pedir escolta policial, porém, em 22 de dezembro, morreu com
um tiro de espingarda no peito e os policiais que faziam sua guarda
fugiram.
A luta não foi em vão. O atentado chamou a atenção do mundo para as
questões ambientais e políticas no Brasil e as reivindicações chegaram
ao poder público. Dois anos após a morte de Chico Mendes, foram criadas
as primeiras Reservas Extrativistas na Amazônia.
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