Petrobras recupera R$ 139 milhões desviados por corrupção
Ueslei Marcelino/Reuters
Do dinheiro devolvido hoje, R$ 70 milhões foram entregues pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa
Da EFE
O dinheiro foi entregue pelo Ministério Público, responsável pela repatriação dos recursos desviados, após os acordos aos quais chegou com dois dos acusados para que devolvessem a fortuna e colaborassem nas investigações em troca de reduções de suas futuras penas.
Os recursos recuperados foram devolvidos à Petrobras em cerimônia realizada na sede da empresa, no Rio de Janeiro, na qual participaram o presidente da companhia petrolífera, Aldemir Bendine, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"Este é um ato simbólico para reverter esse cenário negativo e permitir que tenhamos novamente orgulho. O que fizeram foi, além de saquear barbaramente os recursos da empresa, retirar o orgulho que a sociedade brasileira sentia pela estatal", afirmou Janot.
Do dinheiro devolvido hoje, R$ 70 milhões foram entregues pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos principais envolvidos no escândalo.
Os outros R$ 69 milhões foram repatriados de contas na Suíça abertas por Pedro Barusco, que durante muitos anos foi gerente de serviços da estatal.
Esta foi a segunda ocasião em que o Ministério Público entregou à Petrobras parte dos recursos recuperados.
No último mês de maio a empresa recebeu R$ 157 milhões entregues por acusados que admitiram sua responsabilidade e concordaram devolver o que foi desviado.
Bendine disse hoje que tem esperanças que a Petrobras recupere todos os recursos desviados, que, segundo os próprios cálculos da empresa, chegam a R$ 6,2 bilhões.
O presidente da estatal também anunciou novas medidas para reforçar os controles internos, garantir a transparência das contas da companhia petrolífera e evitar novos casos de desvios.
Entre as medidas anunciadas se destaca a que impede que decisões importantes sejam adotadas individualmente e as condiciona à aprovação de um colegiado.
A Petrobras também decidiu dar maior autonomia aos órgãos internos de investigação para que possam receber denúncias dos funcionários e determinou que todos seus prestadores de serviços e abastecedores se comprometam com seu código de ética.
Atualmente há 32 empresas proibidas de participar de licitações da estatal, incluindo várias das grandes construtoras do país, que poderão reverter esse veto quando se comprometerem com as medidas de transparência da Petrobras.
Tais empresas são investigadas justamente por participar da rede de corrupção que desviava recursos da estatal.
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