Há 34 anos em obras, Angra 3 entra na mira da Lava Jato
Divulgação/Eletronuclear
Funcionário da Andrade Gutierrez em obra da Angra 3: empresa está na
lista de suspeitas pagar propina a presidente afastado da Eletronuclear
A construção, que começou a ser erguida em 1984, ficou duas décadas parada devido a problemas econômicos e à desaceleração do programa nuclear brasileiro, após o acidente em Chernobyl, na Ucrânia.
Em 2010, as obras foram retomadas e a expectativa era de que ficassem prontas até este ano. Agora, a projeção do governo é que a fase de testes comece só em 2018, mas os desdobramentos da Operação Lava Jato podem alterar esses planos.
As investigações da Polícia Federal apontam que Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, teria recebido 4,5 milhões de reais em propina em contratos relacionados à obra de Angra 3. Silva foi preso na manhã de hoje.
Os valores teriam sido repassados a Silva entre 2009 e 2014 - ou seja, mesmo após o início das investigações da Polícia Federal sobre o esquema de corrupção da Petrobras. Veja como a Eletrobras entrou na mira da PF
Os contratos de Angra 3 são os primeiros para além dos limites da Petrobras a entrar na mira da Operação Lava Jato. Ao que tudo indica, as investigações não devem parar na Eletronuclear, que é uma subsidiária da Eletrobras.
No ano passado, a Polícia Federal apreendeu uma planilha do doleiro Alberto Youssef, pivô do escândalo de corrupção da Petrobras, que apresenta detalhes sobre 750 obras de infraestrutura do Brasil.
“A corrupção no Brasil é endêmica e passa por um processo de metástase”, afirmou Athayde Ribeiro Costa, um dos procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, diversas vezes durante encontro com a imprensa na manhã desta terça-feira em Curitiba (PR).
Por ora, a Polícia Federal afirma que este é apenas o começo das investigações. "Tem muito ainda a ser apurado", disse o delegado Igor Romário de Paula durante encontro com a imprensa.
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