Justiça decreta prisão de PMs por morte de jovem no Rio de Janeiro
A Justiça decretou a prisão preventiva dos dois policiais militares
suspeitos de matar um jovem e ferir outro no peito no Rio de Janeiro, em
fevereiro deste ano. A prisão preventiva do sargento Ricardo Vagner
Gomes, que atirou nos jovens, e do soldado Alan de Lima Monteiro, que
dirigia o carro de polícia, foi decretada na tarde desta sexta-feira
(10)
O
SARGENTO VAI RESPONDER PELOS CRIMES DE HOMICÍDIO DOLOSO, TENTATIVA DE
HOMICÍDIO E FRAUDE PROCESSUAL E O SOLDADO VAI RESPONDER PELO CRIME DE
FRAUDE PROCESSUAL.
Na quinta-feira (9), o Ministério Público do Rio havia pedido a prisão
dos dois PMs. No mesmo dia, o "Jornal Nacional", da "TV Globo", veiculou
imagens das câmeras de segurança internas da viatura que mostram
detalhes de como os policiais atiraram nos adolescentes e o socorro
prestado.
Um outro vídeo, feito pelo celular de uma das vítimas, já mostrava que
não havia ocorrido uma troca de tiros entre as vítimas e os agentes. Nas
imagens veiculadas pelo "Jornal Nacional" é possível ver Monteiro ao
lado de Gomes e, atrás, o cabo Carlos Eduardo Domingos Alves.
No diálogo entre os policiais que precede os tiros, Gomes orienta
Monteiro. "Mete o farol alto mesmo para a gente ver o que é". Monteiro
responde: "Tem que chegar, chefe, eles vão estar para esquerda". Cerca
de um minuto depois, Gomes projeta o corpo para fora do veículo e,
segundos depois, realiza uma série de disparos.
No mesmo momento, imagens realizadas pela câmera externa do carro onde
estão os policiais filma os dois jovens correndo e caindo, após serem
baleados com os tiros. Alan de Sousa Lima, 15, é colocado dentro do
veículo policial sem demonstrar reação. Ao seu lado, Chauan Jambre
Cezário, 19, estanca o sangue causado pela perfuração do tiro no peito.
As imagens do carro da polícia ainda mostram o socorro na chegada ao
hospital. Lima, não sobreviveu. Já Cezário inicialmente ficou preso pois
foi acusado pelos policiais de atirar contra eles. Mas, as imagens que
estavam no seu celular mostraram a dinâmica da ação e ele conseguiu sua
liberdade.
Em depoimento realizado na época, Cezário disse que brincava com Lima de
fazer vídeos no celular, quando se assustaram com o carro da polícia e
correram. Já os policiais, inicialmente, disseram que os jovens atiraram
contra a viatura.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que um inquérito da corporação
encontrou indícios de crimes cometidos pelos policiais. Todos os
envolvidos na ação respondem a processo administrativo disciplinar,
estão afastados do policiamento de rua, e podem ser expulsos da PM
Com Folhapress.
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