José Dirceu pede ao Supremo acesso à delação de Ricardo Pessoa
Pedido foi feito devido a citações sobre ex-ministro em reportagem.
Segundo revista, empreiteiro disse que deu dinheiro da Petrobras a Dirceu.
Segundo reportagem publicada pela revista “Veja” no último fim de semana, Pessoa afirmou, em seu acordo de colaboração com a Justiça, que sua construtora, a UTC Engenharia, teria pago R$ 3,2 milhões a uma empresa de consultoria de Dirceu por serviços não prestados.
No pedido protocolado nesta sexta-feira (3), a defesa de Dirceu argumenta que tem interesse em conhecer as peças pelo fato de o nome do ex-ministro ter sido citado em notícias sobre o escândalo de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.
Segundo a reportagem de "Veja", o objetivo do pagamento da UTC à empresa de Dirceu seria evitar problemas para fechar contratos com a Petrobras. O dinheiro, oriundo de desvios da própria estatal, serviria para pagar “despesas pessoais” e advogados de Dirceu. Ainda segundo a revista, parte dos recursos teriam sido depositados enquanto o ex-ministro cumpria pena de prisão pelo mensalão.
A defesa do ex-ministro sustenta que os serviços da JD Assessoria e Consultoria, empresa de Dirceu, foram efetivamente prestados para as empreiteiras que os contrataram, especialmente para a abertura de mercados em países latino-americanos.
Em nota publicada na última terça-feira (30) no blog de Dirceu, o advogado do ex-ministro, Roberto Podval, afirmou que ele “não teve qualquer influência” na indicação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso e investigado por supostamente operar o desvio de verbas da estatal para pagamento de propina ao PT.
Ricardo Pessoa é considerado o chefe do cartel de empreiteiras que, segundo investigações da Operação Lava Jato, fraudava licitações na Petrobras para assinar contratos superfaturados mediante pagamento de propina a ex-diretores e políticos.
O acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público, pelo qual confessa os crimes e promete apontar envolvidos e provas para ajudar nas investigações, foi homologado pelo STF na semana passada. Segundo a revista “Veja”, em seus depoimentos, ele teria citado 18 políticos como beneficiários de propinas.
O conteúdo integral está sob segredo de Justiça e só deverá ser revelado quando a Procuradoria Geral da República pedir formalmente novos inquéritos sobre o caso.
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