Tunísia declara estado de emergência após ataques
Estado de emergência dá mais poderes para as forças de segurança do país
O governo da Tunísia declarou estado de emergência pouco mais de uma
semana depois do ataque no qual 38 pessoas foram mortas na cidade de
litorânea de Sousse. O estado de emergência dá mais poderes para as
forças de segurança do país e limita o direito de organizar reuniões em
público.
As autoridades do país já tinham aumentado a segurança enviando mais de
1,4 mil policiais armados para praias e hotéis. O presidente tunisiano,
Beji Caid Essebsi, fez um pronunciamento em rede nacional afirmando que
as "medidas excepcionais" eram necessárias.
"Temos que estar preparados para enfrentar esta calamidade. Temos que
ter os soldados necessários, treinamento apropriado e meios materiais -
necessitamos desesperadamente dos meios materiais", disse o presidente,
pedindo o apoio e cooperação de forças internacionais de combate ao
terrorismo.
Essebsi afirmou que o país enfrenta "perigo permanente" e está em
"estado de guerra". O presidente falou também sobre os graves problemas
sociais e econômicos da Tunísia.
Para o presidente, as forças de segurança do país responderam
"gradualmente" ao incidente "pois não temos a cultura do terrorismo na
Tunísia". O estado de emergência deve durar 30 dias e pode ser renovado
no final deste período.
A última vez que o país declarou estado de emergência foi em 2011,
durante a rebelião que derrubou o presidente Zine al-Abidine Ben Ali.
Naquela ocasião, o estado de emergência só foi revogado em março de
2014.
Críticas
As forças de segurança da Tunísia foram criticadas por não responder
rapidamente ao ataque ocorrido no dia 26 de junho em Sousse, quando um
atirador abriu fogo contra turistas em uma praia da cidade e também em
um hotel, antes de ser morto a tiros pela polícia. Entre os mortos
estavam 30 britânicos. O atirador foi identificado como o estudante
Seifeddine Rezgui, que, segundo as autoridades, recebeu treinamento na
Líbia.
O primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, deu uma entrevista à BBC
na sexta-feira afirmando que resposta lenta da polícia foi um grande
problema. Segundo Essid, Rezgui provavelmente foi treinado pelo grupo
extremista Ansar al-Sharia, apesar de o grupo autodenominado "Estado
Islâmico" (EI) ter reivindicado antes a responsabilidade pelo ataque.
Uma autoridade do gabinete do primeiro-ministro afirmou que vários
oficiais foram demitidos depois do ataque, incluindo o governador de
Sousse. "Assim como ocorreram falhas na segurança, também ocorreram
falhas políticas", disse Dhafer Neji à agência de notícias AFP.
O ataque em Sousse foi o segundo golpe contra a indústria turística do
país em um período de três meses. O turismo é um setor importante da
economia do país. Em março dois atiradores mataram 22 pessoas no famoso
museu Bardo, na capital, Túnis.
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