Brasil registrou o maior número de morte de ativistas em 2014, diz ONG internacional (ESTUDO)
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No ano passado, 116 mortes de ativistas foram registradas em 17 países. Atrás do Brasil aparecem países como Colômbia, com 25 mortes, Filipinas, com 15 mortes, e Honduras, com 12 mortes. Globalmente, mortes de ativistas ambientais alcançaram uma média de mais de duas por semana em 2014, crescimento de 20% frente ao ano anterior, segundo o relatório.
Levando em conta a taxa per capita, o pior desempenho foi de Honduras. Entre 2010 e 2014, 101 ativistas foram assassinatos no país da América Central, a maior taxa de qualquer país analisado pela ONG. Ainda assim, no compto total, o pior desempenho agregado foi da América Latina.
“Historicamente, tem havido uma distribuição de terra desigual na América Latina, o que tem causado conflitos entre companhias locais e estrangeiras e comunidades, disse Billy Kyte, da Global Witness, à Thomson Reuters Foundation”. “Governos na América Latina não estão tratando esse problema com seriedade. Níveis de impunidade são muito altos e os perpetradores ficam livres”, emendou.
Os assassinados de ativistas se deram, em sua maioria, durante a defesa de direitos à terra e do meio ambiente frente a projetos de mineração, de barragens e extração de madeira.
O relatório aponta ainda que 40% dos defensores ambentais mortos no ano passado eram indígenas pegos na linha de frente ao tentar defender a terra e fontes de água diante da ação de companhias. “Muitos grupos indígenas carem de títulos claros para suas terras e sofrem desapropriações por parte de interesses de poderosas empresas”, diz o relatório.
O ativista hondurenho Martin Fernandez disse ter sido forçado a fugir para o Brasil por três meses em 2012, após ter recebido ameaças de morte por telefone e ter sido perseguido por carros com janelas escuras perto de sua casa e de seu trabalho.
“Vivemos em medo, medo constante de ataque. Eu e muitos colegas tivemos que viver no exílio”, disse Fernandez à Thomson Reuters Foundation. Ele lidera o Movimento para Dignidade e Justiça, um grupo hondurenho de direitos à terra.
Em seu relatório, a Global Witness disse que o governo hondurenho esperava atrair US$ 4 bilhões em investimento em mineração e recentemente liberou 250 mil hectares de terra para novos projetos. Com uma das maiores taxas de assassinato do mundo, Honduras luta para conter a violência de grupos envolvidos com drogas e o crime organizado.
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