Deputado quer provar que morte de Eduardo Campos foi um assassinato
O deputado federal e candidato à reeleição
Protógenes Queiroz (PC do B) tem repetido que a queda do avião em Santos (SP)
que matou o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas
“não foi um acidente normal”, mas sim um atentado. Em entrevista ao Terra,
Protógenes, que é delegado licenciado da Polícia Federal (PF), disse: “questão
do acidente ser normal, na minha convicção, está afastado isso”. Ele afirma ter
provas de sua versão dos fatos, relata estar conduzindo uma investigação
paralela e que irá entregar os dados coletados à Procuradoria Geral da
República (PGR) após as eleições. “Eu quero saber as explicações para as
lacunas de dados que eu estou coletando, pra formatar uma convicção e apontar
até uma direção dos possíveis responsáveis”, afirmou.
O irmão de Eduardo Campos, o advogado Antônio
Campos, afirmou, por meio de nota na última segunda-feira que juntou “tal nota
(sobre a versão do deputado) perante o Ministério Público de Santos e a 5ª Vara
Federal de Santos, na tarde de hoje, requerendo que se intime o Delegado Federal
e Deputado Federal Protógenes Queiroz para que perante o MPF e a Justiça
Federal faça o seu esclarecimento e traga aos autos os citados indícios e
depoimentos que alega ter de que o acidente com Eduardo Campos teria sido
atentado”.
No dia da queda da aeronave, Protógenes relata
que estava na baixada santista, onde iria se encontrar com o candidato à
Presidência, “apesar de não pertencer ao mesmo campo político, mas por questão
de respeito, por amizade que eu tinha com o Eduardo Campos”. Ao ficar sabendo
do ocorrido, o delegado licenciado diz ter se dirigido ao local da tragédia
“para coletar informações”.
O primeiro fato estranho, de acordo com
Protógenes, é que “a equipe da PF que ficou designada pra poder acompanhar nas
buscas, coletar alguns dados, só chegou na madrugada do dia seguinte”. Ele
afirma que a área não foi isolada corretamente para a coleta e análise de
evidências.
No região da queda do avião ele diz ainda ter
encontrado “contradições”. Relata ter localizado um fichário de anotações do
piloto, mas apenas a capa, sem as folhas, que encontrou em outro local após
buscar por conta própria. “Por que foram retiradas essas folhas? Por que eu
encontrei em outro local? Eu fotografei as folhas e pedi pra perícia recolher”.
Ele conta ainda ter tirado fotos de pedaços da
fuselagem do avião e que teve acesso às imagens dos destroços coletados e
armazenados na base da Força Aérea no Guarujá. Segundo ele, várias peças não
constam nas fotos na base aérea: “eu vou lá (na base aérea) pra confrontar o
que eles retiraram do local, referente à aeronave, e (ver) se não constam
algumas peças que eu encontrei no local”.
O deputado disse que as imagens captadas por
câmeras de prédios no entorno levam a crer que o piloto estava sem o controle
da aeronave no momento em que caiu. “Todo o sistema de aviônica, eletrônico,
digital da aeronave foi paralisado”. Outra questão seria quem autorizou o plano
de voo em condições meteorológicas desfavoráveis: “aquela pista (no Guarujá,
para onde o jato seguia) precisaria ter boas condições de visibilidade para se
poder aterrissar”.
Por fim, o delegado afirma que alguns técnicos da
PF que estão trabalhando no caso estariam receosos com a possibilidade de um
atentado. “Os técnicos estão um pouco amedrontados com a situação, amedrontas
porque converge com uma situação de um atentado (…) e eles têm medo de algum
tipo de retaliação”.
Pedro Rocha (Terra)
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