Um ex-diretor da petrolífera estatal brasileira, em prisão preventiva por lavagem de dinheiro, apontou como cúmplices dezenas de importantes políticos, entre os quais Eduardo Campos, o candidato à presidência falecido no mês passado, adiantou hoje a imprensa.
A revista Veja citou Campos como estando na lista dos políticos que teriam recebido subornos milionários pagos pelas construtoras que ganharam concursos para trabalhar em projetos da Petrobras.A denúncia dos políticos, apresentada pela Veja, foi realizada ao longo da última semana, supostamente pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, detido na prisão do Comissariado da Polícia Federal em Curitiba (no estado do paraná, no sul do Brasil), em troca de uma redução de pena.
Costa está em regime de prisão preventiva e é acusado de lavagem de somas milionárias procedentes de corrupção na petrolífera.
Na lista de personalidades alegadamente citadas por Costa figuram o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, além de cinco outros legisladores.
Também aparecem ex-governadores de estados onde a Petrobras executou importantes obras nos últimos anos, como no Rio de Janeiro (Sérgio Cabral), no Maranhão (Roseana Sarney) e Pernambuco (Eduardo Campos).
Campos era o candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para as eleições presidenciais do próximo 05 de outubro, mas faleceu num acidente aéreo a 13 de agosto passado e foi substituído por Marina Silva, que agora lidera as intenções de voto.
O antigo diretor da Petrobras citou, de acordo com a Veja, pelo menos 25 deputados e seis senadores do Partido dos Trabalhadores (PT), da presidente Dilma Rousseff, do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-governo) e do Partido Progressista (PP, na oposição).
O jornal Folha de São Paulo, sem mencionar os nomes envolvidos, informou na sexta-feira que Costa denunciou pelo menos 49 deputados e 12 senadores.
De acordo com a Veja, o secretário das Finanças do PT, João Vaccari Neto, era o responsável por canalizar os fundos da rede de corrupção para os políticos do seu partido político.
A revista contatou os envolvidos e todos eles negaram ter recebido dinheiro de Paulo Roberto Costa.
Na sua declaração, Costa disse que teria sido cometida uma fraude para aumentar o preço de compra de uma refinaria nos Estados Unidos compra, um negócio que está a ser investigado pelo Ministério Público por supostas irregularidades, para justificar a rede de subornos. De acordo com a Veja, o interrogatório a Costa já ultrapassa as 42 horas de gravações desde o dia 29 de agosto.
Diário Digital com Lusa
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